Investigação da Civil

Acusado de jogar namorada do 13º andar no centro de BH é indiciado por feminicídio

Homem não confessa e diz que foi suicídio; ele também é acusado de envolvimento com o tráfico de drogas

Do HOJE EM DIA
portal@hojeemdia.com.br
25/03/2025 às 12:31.
Atualizado em 25/03/2025 às 15:36
Polícia Civil apurou ainda que homem fazia se passar por motorista de aplicativo e pode ter assediado outras mulheres.

 (Valéria Marques / Hoje em Dia)

Polícia Civil apurou ainda que homem fazia se passar por motorista de aplicativo e pode ter assediado outras mulheres. (Valéria Marques / Hoje em Dia)

Um homem de 49 anos matou a namorada, de 21, jogando-a da janela do 13º andar do prédio onde moravam, na avenida Augusto de Lima, no Centro de Belo Horizonte, em agosto de 2023. Foi  que concluiu o inquérito da Polícia Civil de Minas que investigou a morte da mulher. O suspeito foi indiciado por feminicídio e, também, tráfico de drogas.

A delegada Iara França Camargos detalhou, em coletiva à imprensa nesta terça-feira (25), que a vítima era garota de programa e teria decidido se separar após ser submetida a agressões e violência psicológica. O suspeito, inconformado com a decisão, arrombou a porta do quarto onde ela estava e, após uma discussão, abriu a janela e a jogou do 13º andar.

"Ele não confessa o crime, alega que ela havia tentado suicídio outras vezes e que, no dia dos fatos, conseguiu se matar. Como todo autor de feminicídio, tenta desqualificar a vítima a todo momento. Ele foi a última pessoa a ter contato com ela, e todas as versões que apresentou não eram compatíveis com o conjunto de provas que reunimos, desde o tempo de queda do corpo do 13º andar até a localização dele dentro ou fora do apartamento", detalhou a delegada.

Segundo ela, o suspeito disse que a mulher era usuária contumaz de drogas. No entanto, as provas apontaram que ele a induzia a se drogar.

"Era um relacionamento permeado de violência psicológica e física. Durante o namoro, ele conseguiu construir uma dependência emocional da vítima e usou vários artifícios para prendê-la. Aos poucos, ele a viciou em cocaína e a isolou do contato com amigas, colegas de trabalho e familiares", explicou.

Um dos fatores que colaboraram para a elucidação do caso, segundo Iara, foram mensagens trocadas entre a vítima e uma colega de trabalho.

"Ela narrou que já estava muito cansada do relacionamento, que havia se envolvido com uma pessoa que a isolou, inclusive do filho de 5 anos, que disse ter visto a mãe apanhar desse homem", disse.

Na noite do crime, segundo a polícia, a vítima trabalhou até de madrugada e, ao retornar para casa, avisou a essa colega de trabalho que aquele seria o último fim de semana ao lado do suspeito, pois havia conseguido uma residência temporária. Nessa noite, a mulher foi assassinada.

"Ele invadiu o apartamento, invadiu o quarto, forçou a porta, teve acesso a ela. Alguns objetos foram derrubados. Ele desarrumou a cama, a agrediu, abriu a janela e a jogou do 13º andar", detalhou.

A Polícia Civil apurou ainda que o homem, que também portava drogas, e fazia-se passar por motorista de aplicativo, pode ter assediado outras mulheres.

"Ele é dono de um apartamento no Centro e o alugava para estudantes. Existem relatos de que ele assediava sexualmente essas inquilinas e clientes quando pegavam o aplicativo de transporte no qual ele era motorista. Queremos que possíveis vítimas se manifestem, procurem a Polícia Civil e formalizem as ocorrências para que ele responda por esses crimes", enfatizou.

O suspeito, segundo a Polícia Civil, foi indiciado por feminicídio e tráfico de drogas.

© Copyright 2025Ediminas S/A Jornal Hoje em Dia.Todos os direitos reservados.
Desenvolvido por
Distribuido por