Adolescente sofre ataques racistas de colegas em BH: ‘Saudades de quando preto era escravo’

Raquel Gontijo
raquel.maria@hojeemdia.com.br
20/12/2021 às 18:31.
Atualizado em 29/12/2021 às 00:35
 (Reprodução /  Redes Sociais )

(Reprodução / Redes Sociais )

Um estudante de 14 anos foi vítima de comentários racistas dos colegas de turma de uma escola particular da capital. Os ataques ocorreram em uma conversa do grupo de Whatsapp criado por estudantes do 8º ano do Colégio Cristão Ver, que fica no bairro Jardim Vitória, região Nordeste de Belo Horizonte. 

Imagens que circulam na internet revelam o conteúdo das conversas pelo aplicativo. Em uma delas, um dos agressores escreve:“Sdds de quando preto era só escravo e sempre trabalhava”. Em seguida, o diálogo preconceituoso continua: “Nem sabia que preto estudava”, “nem sabia que preto podia ter celular”, diz um dos alunos. Outro estudante responde “Também não”, “pensei que os preto era tudo pobre”.

Após os insultos, o estudante saiu do grupo. Mas, colegas copiaram as mensagens e divulgaram para os pais da vítima. As imagens mostram ainda que, depois que o adolescente saiu, o nome do grupo foi alterado de “Pilantrinhas 2” para “Pilantrinhas (sem neguin)”. 

A Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) informou que instaurou na tarde desta segunda-feira (20) um procedimento de apuração de Ato Infracional, para investigar os fatos denunciados pelo responsável do adolescente. Segundo a PCMG “vítima e representante legal foram ouvidos na presença do advogado na Delegacia Especializada de Apuração do Ato Infracional em Belo Horizonte”. A corporação destacou que outras informações serão repassadas posteriormente para não prejudicar o andamento do caso. 

Em nota, divulgada nas redes sociais, o colégio publicou uma carta de repúdio e lamentou o ocorrido. A publicação afirma que o ato de racismo ocorreu “sem qualquer participação ou conhecimento da instituição”. A nota também destacou que a instituição é presidida por um “Diretor negro e tem seus corpos diretivo, docente e discente compostos por maioria negra e parda”.
 

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