(Lucas Prates/Arquivo Hoje em Dia)
Após decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ), no último dia 16, proibindo as operações-padrão que vinham causando longas filas e transtornos nos principais aeroportos brasileiros, os agentes federais mudaram de estratégia. Como forma de protesto, eles pretendem atuar, a partir de terça-feira (21), usando mordaças. O protesto silencioso deverá acontecer no Aeroporto Internacional Tancredo Neves, em Confins, além dos similares no Rio de Janeiro, São Paulo, Brasília, dentre outros.
O presidente do Sindicato dos Policias Federais em Minas Gerais (Sinpef), Renato Deslandes, informou que o objetivo das operações-padrão nunca foi provocar transtornos, mas denunciar a falta de pessoal e de infraestrutura. Segundo ele, nas operações-padrão todas as bagagens de passageiros vistoriadas e farejadas por cães treinados em detectar drogas e explosivos, deveriam acontecer de forma rotineira, o que não é possível devido ao número insuficiente de agentes e de infraestrutura nos principais aeroportos do país.
Deslandes informa que os agentes federais também iniciaram a distribuição de panfletos bilíngues (Português e Inglês) aos passageiros denunciando o sucateamento da Polícia Federal e projetos do Ministério da Justiça, supostamente ineficazes, ao custo de R$ 500 milhões ao invés de ampliar o número de agentes e a infra-estrutura como forma de proteger o país de ameaças.
Documento
Em um dos panfletos, os federais alertam que o país sofre constante ação das organizações criminosas internacionais voltadas para o tráfico de drogas, pedofilia, tráfico de mulheres, além de outros crimes como o terrorismo.
“Para protegermos o país dessas ameaças, somos poucos policiais federais, sem infraestrutura e apoio da cúpula da PF”, desabafa. O presidente do Sinpef disse também que redige um relatório sobre a segurança nos principais aeroportos do país.
“O que temos até agora é muito preocupante”, disse, sem entrar em detalhes. Amanhã, o secretário de Relações do Trabalho, da Secretaria do Planejamento, Sérgio Mendonça, dará parecer sobre as propostas da categoria.
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