Alça norte do viaduto que caiu na Pedro I é implodida

Cristina Barroca, Danilo Emerich e Letícia Alves - Hoje em Dia*
14/09/2014 às 09:17.
Atualizado em 18/11/2021 às 04:11
 (Flávio Tavares)

(Flávio Tavares)

Parte do drama vivido por moradores da capital mineira após queda de viaduto, chega ao fim. A alça norte do viaduto Batalha dos Guararapes, na avenida Pedro I, entre a Pampulha e a região Norte de Belo Horizonte foi implodido às 9 horas deste domingo (14). O barulho causado pelo estrondo chegou a ser ouvido em um raio de pelo menos dez quilômetros do local. Há pouco mais de dois meses a alça sul do viaduto cedeu e desabou sobre um carro, um ônibus e dois caminhões, deixando dois mortos e 23 feridos.

A alça de 155 metros foi demolida em três segundos, com o uso de 125 quilos de explosivos. Uma megaoperação foi montada a fim de garantir a segurança no entorno. Mais de 250 pessoas participam, entre elas funcionários da empresa contratada para a implosão, representantes da Defesa Civil, policiais militares e bombeiros. O trânsito está sendo monitorado pela BHTrans.

Segundo o Coronel Alexandre Lucas, coordenador municipal da Defesa Civil, não houve danos não previstos no entorno. Estragos nas Janelas dos edifícios Antares e Savana já eram esperados e ainda neste domingo serão feitas as medidas dos vidros para troca na segunda-feira (15). "Até agora nossos engenheiros não detectaram nenhum dano estrutural".

Ainda de acordo com Alexandre Lucas, todas as tecnologias disponíveis vão ser utilizadas para corte e retirada dos destroços. "Essa tecnologia faz mais barulho e poeira, mas é mais rapida". Não há previsão de reconstrução no local. A prioridade é a liberação da pista.

A advogada dos residentes dos edifícios Antares e Savana, Ana Cristina Dumont, também presidente da associação de moradores e comerciante, frisou que tudo será feito para que não seja construído outro viaduto. "Aqui não tem construção de outro viaduto", disse ela. Segundo a advogada, a implosão é uma virada na história. "Isso foi um alívio. É o primeiro passo. Agora a gente vai ver qual foi o impacto nos imóveis"

A Defesa Civil fez fotos dos prédios próximos antes do viaduto ser implodido, para que a partir de agora seja feita uma vistoria com a finalidade de constatar possíveis danos causados pelo impacto da implosão. O seguro da empresa que está à frente da operação, para danos em imóveis, é de um milhão de reais.

Abalo de estrutura é descartado e moradores podem retornar

A Defesa Civil realizou visitoria nos prédios ao redor do Batalha e descartou abalo de estrutura. Alguns moradores foram liberados a voltar para casa.

As pessoas que residem nos blocos de 1 a 5 dos edifícios Antares e Savana foram já podem retornar às suas residências. Enquanto os moradores do blocos 6 a 9 ainda estão impedidas de voltar para o local, por conta dos danos causados nas janelas de seus apartamentos. Esse tipo de estrago já estava previsto pela Defesa Civil e pela empresa que realizou a implosão. Não há planos para reconstrução no local. A prioridade agora é a liberação da pista.

Foi iniciado também os trabalhos de destruição do que restou do viaduto. Cerca de três mil toneladas de aço e concreto devem ser retirados do local, segundo assessoria da Defesa Civil. A previsão é que o serviço seja concluído até o próximo domingo, dia 21 de setembro. Após a limpeza da área, a liberação da pista, feita pela BHtrans, será imediata.

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Moradores

Os moradores dos edifícios Antares e Savana, localizados ao norte do viaduto Guararapes, foram retirados de seus domicílios nesse sábado (13) e foram encaminhados a um hotel provisoriamente, para que os trabalhos de implosão pudessem ocorrer em segurança.  A construtora Cowan, responsável pela obra, está arcando com os custos de deslocamento e hospedagem.

A perícia da Polícia Civil apontou erro nos cálculos do projeto, o que resultou no uso de apenas um décimo do aço necessário nos pilares. A previsão é a de que o inquérito seja concluído em dezembro e encaminhado à Justiça.

O acidente
 
O desabamento do viaduto ocorreu no bairro Itapõa, na divisa das regiões da Pampulha e Venda Nova, em Belo Horizonte, em 3 de julho deste ano. Na tragédia, duas pessoas morreram e 23 ficaram feridas. A estrutura caiu atingido um micro-ônibus, um carro e dois caminhões.


Veja a queda do viaduto por outro ângulo


Confira algumas imagens dos bastidores, da implosão e após a operação

* Com informações dos repórteres Letícia Alves e Danilo Emerich - no local.

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