Alerta para mais casos de câncer entre obesos

Hoje em Dia
28/11/2015 às 08:00.
Atualizado em 17/11/2021 às 03:07

A incidência de tipos de câncer relacionados à obesidade tem gerado preocupação ao Instituto Nacional de Câncer José de Alencar Gomes da Silva (Inca). De acordo com as estimativas do órgão, divulgadas ontem, o Brasil terá 1,2 milhão de novos casos de tumores nos próximos dois anos, e muitos deles podem estar relacionados ao excesso de gordura corporal.

Em 2016, quase 600 mil brasileiros serão diagnosticados com câncer, conforme o instituto. Para o ano seguinte, a previsão é que esse número se repita. As estimativas do Inca apontam que 300.870 mulheres e 295.200 homens devem apresentar a doença por ano. O envelhecimento da população é um dos fatores que contribuem para a incidência de tumores no país, assim como a qualidade das informações e da assistência prestada. O órgão, porém, destaca que o sobrepeso está relacionado a casos como o de cólon e reto, mama, ovário e próstata.

Tendência
Apesar de não poder fazer uma comparação com os anos anteriores, por mudanças na metodologia e na base de dados, o vice-diretor-geral do Inca, Luiz Felipe Ribeiro, informou que há uma tendência de crescimento em casos como o câncer de próstata, que é relacionado ao sobrepeso.

“Um exemplo é o tumor de corpo de útero, que também é associado à obesidade e não entrava nem entre os dez tumores mais incidentes do Brasil. Na última estimativa, estava em oitavo, e, nessa, apareceu em quinto. Está nos preocupando o crescimento rápido dos tumores ligados à obesidade”.

Técnica da Divisão de Informação do Inca, Marceli de Oliveira Santos afirmou que o estilo de vida urbano e sedentário, que contribui para a obesidade, principalmente no Sul e Sudeste, pode ser claramente associado ao câncer de cólon e reto. “Ele assume uma posição relevante quando trabalhamos em um ambiente em que o desenvolvimento e a urbanização são mais evidentes”.

Mais comuns

Se excluído o câncer de pele sem melanoma, a incidência de câncer de cólon e reto no Sudeste é a segunda maior entre homens, com 24,27 casos para cada 100 mil habitantes. No Norte, a incidência desse mesmo tipo de tumor é de 5,34 por 100 mil habitantes.

Entre as mulheres, o câncer de cólon e reto é o segundo mais frequente no país. Enquanto as regiões Sul e Sudeste têm uma incidência maior que 20 casos por 100 mil habitantes, no Norte são 5,89 casos. Uma tendência que o Inca considera positiva é a queda da mortalidade nos casos de câncer de pulmão, que está relacionada à redução do número de fumantes no país. Entre 1990 e 2013, a população masculina de fumantes caiu de quase 45% para menos de 20%. A feminina, reduziu de pouco mais de 25% para pouco mais de 10%. Atualmente, o câncer é a segunda maior causa de morte no Brasil, com 190 mil casos por ano, mas o Inca prevê que, em 2020, a doença ocupe a primeira posição.

Com agências

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