(Fernando Michel)
O começo do ano letivo na rede estadual de ensino de Minas Gerais, nesta segunda-feira (7), também permite o pontapé inicial no projeto do Novo Ensino Médio para milhares de estudantes do 1º ano. A partir de hoje, as instituições de ensino que atendem aos alunos passarão a contar com um horário a mais de aula e oferta de itinerários formativos, além das disciplinas já conhecidas e consideradas básicas, como língua portuguesa e matemática.
As modificações, iniciadas este ano, serão implementadas em todas as escolas públicas e privadas do Estado e que oferecem este nível de ensino. Entre as principais mudanças, segundo informa a Secretaria de Estado de Educação, está a ampliação da carga horária, que passará de 833h20 para mil horas.
A Educação de Jovens e Adultos (EJA), o ensino médio noturno, as escolas especiais exclusivas, de Educação do Campo e Quilombola, indígenas e do sistema Socioeducativo terão uma matriz curricular diferenciada.
“O aluno passa a ter um sexto horário, onde ele terá disciplinas que dialogam mais com o cotidiano, com a vida. Ele terá, também, disciplinas de tecnologia e inovação, além de outras possibilidades, como educação financeira. O catálogo de eletivas tem mais de 50 possibilidades que ele poderá escolher a partir do 2º ano, em 2023”, informou a superintendente de Políticas Pedagógicas da pasta, Esther Augusta.
Ela explica, ainda, que o projeto tem como objetivo o desenvolvimento do protagonismo dos alunos, além de tornar a etapa mais atraente e condizente com a realidade dos jovens. O Novo Ensino Médio tem, ainda, a finalidade de diminuir a taxa de evasão dos estudantes.
“A partir da escrita de projeto de vida, com orientação do professor, o jovem vai se conhecer melhor e compreender onde ele quer estar no futuro, fazendo escolhas relativas à qual eletiva ele quer cursar, qual área do conhecimento ele quer se aprofundar, sempre mantendo a base que nós tivemos também, como português, matemática e filosofia”, disse.
O novo projeto, no entanto, pode enfrentar desafios. O principal deles, de acordo com Esther, é a integração pedagógica dos professores. “É desafiador. Muitas pessoas acreditam que vai haver corte de disciplinas e isso não existe na rede estadual, todas seguem e, além delas, será feito aprofundamento em outras áreas de conhecimento”, concluiu.
O que pensam os alunos
Para os estudantes que iniciam o período nesta segunda, o Novo Ensino Médio é visto com entusiasmo. Nesta manhã, alunos da Escola Estadual Professor Agnelo Correia Viana, no bairro Jardim Leblon, na região de Venda Nova, em Belo Horizonte, foram recebidos com acolhida e informações adicionais sobre o projeto.
“Estou me sentindo bem tranquila e com uma expectativa muito grande pelo fato dessa inserção das novas matérias e suporte em relação ao Enem, nunca tivemos isso. Estou muito feliz em ter esse apoio da escola. A educação financeira, por exemplo, é uma coisa muito necessária. Estamos bem antenados a tudo que está acontecendo e desde o ano passado estamos sendo orientadas quanto a isso”, comentou a estudante Elisa Chagas, de 15 anos, que iniciou no 1º ano do ensino médio nesta segunda.
Para o colega de sala, Ruan dos Seixas, também de 15 anos, os estudos que serão iniciados agora serão essenciais para o futuro. “A pandemia foi desafiadora, mas nos ensinou muita coisa. Acho que o Novo Ensino Médio será muito bom tanto para o presente, quanto para o futuro. Vai ajudar bastante o que a gente aborda agora e depois para que a gente possa ter uma qualidade de vida melhor”, finalizou.