(Stéfany Freu)
Alunos do Centro Federal de Educação Tecnológica (Cefet) de Varginha, no Sul de Minas, pararam o trânsito na cidade nesta quarta-feira (22) para reivindicar a volta do transporte gratuito. Com as caras pintadas e nariz de palhaço, eles empunharam faixas e cartazes e fizeram muito barulho, além de várias coreografias ensaiadas como forma de chamar a atenção da população e reivindicar o direito ao passe livre. Até o ano passado, o transporte dos estudantes era mantido por meio de um convênio entre a direção do Cefet e a prefeitura de Varginha. No entanto, no início deste ano a prefeitura interrompeu o serviço. A alegação da Secretaria de Educação do Município é que o benefício era irregular. Segundo o órgão, a verba utilizada para manter o passe livre aos estudantes do Cefer vinha de um programa do governo federal denominado "Caminhos da Escola", destinado a alunos da zona rural. "Se tem o transporte gratuito assegurado para outros alunos do Ensino Médio por que deixar de fora os alunos do Cefet?", indagou o estudante Alexander Roberto da Silva, de 16 anos. O adolescente, que veio da cidade de Poço Fundo para estudar na instituição, explica que mora há mais de dois quilômetros do Cefet e precisa do transporte para chegar às 7 horas na escola. "Grande parte dos alunos do Cefet é de fora de Varginha e já tem outras despesas aqui durante a semana. O transporte era um apoio que a gente tinha", defendeu. O preço do transporte coletivo no município é de R$ 2,70, valor considerado muito alto pelos estudantes, considerando que as aulas do Cefet são em período integral e muitos têm que retornar à instituição no período da tarde. "A gente não tem muita escolha: ou almoça, come algum lanche rápido ou paga o ônibus. As duas coisas fica muito dificil e nossos pais não estão dando conta", concluiu o aluno. A assessoria de imprensa da Prefeitura de Varginha informou que o município não tem responsabilidade sobre o transporte de alunos de instituições federais, já que a lei municipal concede isenção apenas aos alunos das escolas municipais e estaduais que residam a mais de dois quilômetros da escola onde estudam. Já a assessoria do prefeito Antônio Silva informou que ele se comprometeu a receber uma comissão formada por alunos do Cefet, mas não houve retorno sobre datas para esse encontro. Entretanto, os estudantes, que pediram a audiência com o prefeito, afirmaram que não foram atendidos.