(Carlos Rhienck)
“Amar BH” não está fácil. O projeto de requalificação, fiscalização e acessibilidade em calçadas de Belo Horizonte, que ganhou esse nome carinhoso, empacou. Lançada na avenida Raja Gabaglia, em março do ano passado, a proposta contemplaria 20 corredores da capital até dezembro. No entanto, além de não vingar, a ação integrada não conseguiu eliminar todos os problemas-alvo por onde já passou.
O motivo do atraso, segundo a Secretaria Municipal de Serviços Urbanos (SMSU) é a revisão da metodologia de trabalho, que redefiniu o cronograma do projeto Amar BH. A nova agenda prevê contemplar apenas oito, dos 20 corredores inicialmente pretendidos, até o fim de março deste ano, e sem prazo para as vias restantes.
ATRASO
Os resultados do Amar BH só ]serão sentidos no fim de 2016, quando está previsto o término do projeto. “Como é uma iniciativa nova, a prefeitura fez revisão no cronograma e optou por aguardar os desdobramentos da ação na Raja”, informou, em nota, a SMSU.
Só agora o projeto foi iniciado nas avenidas Afonso Pena, Antônio Abraão Caram, Professor Magalhães Penido, Santa Rosa e das Palmeiras. A nova previsão é expandir a ação no primeiro semestre para as avenidas Amazonas, Andradas e Silviano Brandão.
Nessa última, o Hoje em Dia detectou problemas como falta de acessibilidade e conservação das calçadas, lixo sobre passeio e a presença de ambulantes.
Na prática, os fiscais da SMSU vistoriam o trecho e notificam o responsável pela área a regularizar a desconformidade encontrada. Se o problema não for corrigido após o prazo concedido, é emitida uma autuação.
O projeto previa a conservação e adequação dos passeios; inibir estacionamento irregular sobre calçadas; acessibilidade e travessia para pedestres; recuperação de áreas verdes; fiscalização de publicidade irregular; limpeza; controle do ruído; e regularização de atividades econômicas.
RESULTADOS
Na avenida Raja Gabaglia, pouco são os resultados obtidos. Os problemas persistem, mesmo após comerciantes serem notificados sobre os desacordos com o Código de Posturas.
A condição dos passeios, de maneira geral, melhorou, com mais rampas para cadeirantes e piso podotátil (para cegos). Porém, carros continuam estacionando livremente sobre as calçadas.
“Um mês depois já tinha voltado tudo a ser como antes”, reclamou o administrador Murilo Matos, de 31 anos, que trabalha na avenida. O porteiro Ailton de Paula Rocha, de 49, disse que há menos lixo na calçada, mas o problema ainda são os estacionamentos irregulares.
Segundo um relatório da SMSU, o Amar BH tem caráter predominantemente orientativo, sendo 91% de suas ações educativas e 9% punitivas. Imóveis particulares e públicos foram alvo dos fiscais, totalizando 345.
Os maiores avanços do projeto na Raja Gabaglia foram a adequação e conservação de passeios, retirada de publicidade irregular e deposição correta de lixo. No entanto, não houve melhora nos índices de recomposição de área verde e canteiros. O estacionamento de veículos em locais inadequados também é uma falha.