Ambientalistas fazem projeção na Praça Raul Soares para convocar população para ato público
Articuladores do Tira o Pé da Minha Serra fazem mobilização em defesa da Serra do Curral na Praça Raul Soares (Felipe Gomes / Tira o Pé da Minha Serra / Divulgação)
A Praça Raul Soares, na Avenida Amazonas, na região Central, foi o local escolhido por ambientalistas do Movimento Tira o Pé da Minha Serra para chamar a atenção da população para a defesa da Serra do Curral, na noite desta terça-feira (30), na capital.
Muita gente está se acostumando a ver projetada em vários locais da cidade a frase “Salve a Serra do Curral”. Os articuladores do movimento já fizeram a projeção no prédio do Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais (Iepha), na Praça da Liberdade; na sede do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG), na Serra, em frente a shoppings e em praças.
A mobilização dos ambientalistas é para garantir o tombamento estadual da serra e evitar a instalação de projetos minerários que podem impactar, além da fauna e flora, comunidades tradicionais que vivem na serra, o fornecimento de água para a população da capital. E podem, ainda segundo os articuladores do Tira o Pé da Minha Serra, promover alterações climáticas, poluição ambiental.
Nesta terça terminou o prazo para que o tombamento da Serra do Curral seja levado ao Conselho Estadual de Patrimônio Cultural (Conep). A data havia sido acordada pelo Ministério Público (MPMG) e o Iepha. Uma audiência de conciliação está marcada pelo TJMG para o dia 2..
E os ambientalistas foram até a praça Raul Soares para convocar a população para “um grande ato público” em frente ao TJMG, “no momento da audiência” do Conep, a partir das 10h. “A população de Minas exige o imediato tombamento da Serra do Curral e a imediata cassação da licença concedida para a TAMISA”.
Entenda a polêmica
A mineradora Tamisa obteve decisão favorável à implantação de um complexo minerário na Serra do Curral, em Nova Lima, na região metropolitana, na madrugada de 30 de abril, do Conselho Estadual de Política Ambiental de Minas Gerais (Copam).
A licença, segundo o projeto Manoelzão, da Universidade Federal de Minas Gerais, permite que a empresa retire 31 milhões de toneladas de minério de ferro ao longo de 13 anos na Serra do Curral.
Ainda de acordo com o Manoelzão, a exploração minerária vai “extinguir área equivalente a cerca de 100 campos de futebol de mata atlântica. Na região há entre 40 e 60 nascentes que abastecem o rio das Velhas, afluente do São Francisco”, informa o site da entidade.
Por nota, o Estado informou que governador Romeu Zema reitera o compromisso em fazer um tombamento com respaldo legal para que a Serra do Curral "atravesse gerações como o cartão-postal de Belo Horizonte".
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