(Reprodução/TV)
A apresentadora Ana Hickmann chegou à sede do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG), em Belo Horizonte, por volta de 7h30 desta sexta-feira (20) para a audiência de instrução do processo em que o cunhado dela, Gustavo Henrique Bello Correa, é réu pela morte de Rodrigo Augusto de Pádua, de 30 anos.
Ana Hickmann chegou ao local em uma van acompanhada de Gustavo e da mulher dele, a assessora Giovana Oliveira, além das demais testemunhas. O advogado da apresentadora, Fernando José da Costa, também compareceu à sede do tribunal.
Emocionada, a apresentadora categorizou o processo contra o cunhado, acusado de homicídio doloso, quando há intenção de matar, como uma "tremenda injustiça". "Eu, Gustavo e Giovana somos as três vítimas desse caso", afirmou.
"A gente sempre espera pelo melhor, mas por tudo que aconteceu, por estarmos aqui até agora, temos que esperar. É difícil acreditar que vai ter um fim", disse.
No entanto, Ana destacou que acredita que a justiça será feita e que Gustavo será absolvido: "eu confio na justiça. Pode demorar, mas acontece e acontece da forma certa".
Na audiência, a juíza Ámalin Aziz Sant'Ana ouvirá a apresentadora e outras cinco testemunhas para decidir se Gustavo será absolvido, julgado por júri popular ou se o processo será encaminhado a uma vara criminal.
Conforme o TJMG, o destino de Gustavo pode não ser decidido nesta sexta-feira. A juíza ouvirá também dois peritos, um contratado pela defesa do réu e um judicial. Este último pode ser convocado na sede do tribunal ou prestar depoimento por escrito. O parecer ainda não foi requisitado pela magistrada. Só após a oitiva de todas as testemunhas o cunhado da apresentadora poderá falar.
Caso o perito judicial não compareça ao TJMG hoje, será necessário agendar uma nova audiência, em no máximo 30 dias, para coletar o depoimento dele e o de Gustavo.
Legítima defesa
O advogado da família, Fernando José da Costa, reforçou que o réu agiu em legítima defesa. "O criminoso aqui não é Gustavo. O criminoso aqui é um psicopata. Gustavo apenas defendeu a sua vida e a vida de sua família", afirmou. Ele ainda condenou a abertura do processo contra o cliente acusado de cometer homicídio doloso: "faltou ao Ministério Público a sensibilidade, senso de justiça".
"Esperamos que a justiça volte a ser feita e que, no final dessa instrução, a juíza absolva sumariamente Gustavo e encerre esse dilema, esse sofrimento. Essa página só vai ser virada para essa família no dia que esse processo acabar", disse o advogado.
Relembre
Rodrigo de Pádua morreu após invadir o hotel em que a apresentadora e modelo Ana Hickmann estava hospedada em Belo Horizonte, em maio de 2016. O jovem, de 30 anos, era de Juiz de Fora, na Zona da Mata, e parecia nutrir uma obsessão pela apresentadora.
No quarto em que a modelo estava, Pádua rendeu o empresário Gustavo Correa e a mulher dele, a assessora Giovana Oliveira. Armado, ameaçou atirar nas vítima, momento em que o empresário teria lutado com o rapaz, tomado a arma e atirado. Giovana acabou ferida. O homem morreu com um tiro na nuca. A apresentadora Ana Hickmann não teve ferimentos.
Na época, a Polícia Civil concluiu no inquérito que foi legítima defesa. Mas o Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) questionou a tese. Para a promotoria, o tiro da nuca de Rodrigo Pádua evidencia que o homem já estaria dominado e que o tiro poderia ter sido evitado. A promotoria então ofereceu denúncia à Justiça como homicídio doloso, ou seja, com intenção de matar.
Em julho deste ano, o Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) negou o pedido de arquivamento do processo contra Gustavo Henrique Bello Correa.
Para esse tipo de crime, a pena pode chegar até 20 de prisão, mas pode ser reduzida caso seja comprovado que ele agiu sob forte emoção.
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