Antibiótico Benzetacil está em falta da rede municipal de saúde

Danilo Emerich - Hoje em Dia
25/09/2014 às 08:09.
Atualizado em 18/11/2021 às 04:21

Um dos medicamentos mais receitados por médicos está em falta na rede municipal de saúde de Belo Horizonte. O Benzetacil, antibiótico produzido a partir da penicilina, é indicado para quadros infecciosos respiratórios e de pele, bem como para doenças sexualmente transmissíveis (DST’s). Apesar da importância do remédio, não há previsão de regularização do problema, que se ocorre em todo o país.

A reportagem do Hoje em Dia ligou nessa quarta-feira (24) para diversas unidades de saúde da capital, que confirmaram a falta do produto há meses, como no Centro de Saúde Goiânia, no bairro Goiânia (Nordeste). Já no posto Nossa Senhora de Fátima, no bairro Serra (Sul), a atendente sugeriu procurar o medicamento na rede privada.

São poucas unidades que ainda contam com o medicamento, como o Centro de Saúde Paraíso, no bairro Santa Efigênia (Leste). Já na unidade Boechat de Menezes, no bairro Pompeia (Leste), o produto só é fornecido para gestantes e pacientes portadores de DST’s.

A Secretara Municipal de Saúde confirmou a falta do Benzetacil. Em nota, o órgão informou que a compra do medicamento é feita por processo licitatório, em quantidade conforme um planejamento anual.

O último pregão para a compra do antibiótico, em 18 de setembro, foi ‘deserto’ (não ocorreu disputa) e um novo chamamento está previsto para 13 de outubro. “No caso de antibióticos produzidos a partir da penicilina, há falta de matéria prima para a produção em todo o país”.

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) informou que está ciente da falta do produto e que o problema ocorreu na fabricação do medicamento, devido à interrupção do fornecimento de matéria prima à empresa detentora do registro.

Em nota, a Anvisa informou ainda que o caso é tratado de forma prioritária, mas o fato “foge à governabilidade” do órgão. A empresa que fabrica o produto pediu uma alteração do local de produção em 17 de julho.

Quinze dias depois, a agência pediu complementação das informações da mudança e ainda aguarda o cumprimento das exigências para garantir a “manutenção de qualidade, segurança e eficácia do produto”.

Segundo o diretor da Sociedade brasileira de Clínica Médica - Regional MG, Breno Figueiredo Gomes, o Benzetacil pode ser substituído por outros medicamentos. Porém, restam apenas opções de drogas mais fortes, o que encarece o tratamento.

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