(Lucas Prates/Hoje em Dia)
É da solidariedade de alguns que nasce o desejo de ajudar o próximo, seja por meio de auxílio psicológico e nutricional, seja pelo suporte à assistência médica e até de logística. Além de incentivar o enfrentamento à doença e a uma rotina complexa, instituições de apoio a pacientes com câncer convivem diariamente com a difícil missão de sobreviver graças a doações.
Em Belo Horizonte, há pelo menos seis instituições que se dedicam a esse trabalho. De um local de repouso e aconchego até o fornecimento de cestas básicas, suplementação alimentar, medicamentos e todo o suporte especializado necessário no período de tratamento. Nesses espaços, pacientes, crianças ou adultos, recebem 100% do que necessitam para vencer a doença.
Um deles é a Fundação Sara, de apoio a crianças com câncer, que nessa terça-feira (28) completou 16 anos. Com uma média mensal de 700 pacientes assistidos, apenas no regime de hospedagem, tem um gasto mensal que chega a R$ 50 mil. Atualmente, porém, menos da metade das despesas são cobertas pelos sócios-contribuintes.
“Precisávamos dobrar o número de sócios e chegar a dois mil. Como hoje temos mil contribuintes fixos, necessitamos de doações isoladas em dinheiro e produtos, que vão para o bazar”, explicou o diretor-regional, Antônio Marcos Ferreira.
Realidade semelhante vive a Casa de Apoio Aura. A instituição acolhe crianças e adolescentes em tratamento contra o câncer em hospitais e oferece apoio integral também aos familiares. Durante o tratamento, o espaço se transforma em uma segunda casa dos pacientes e dos acompanhantes. Para ajudar, qualquer doação é bem-vinda, de brinquedos, peças de roupas e sapatos a alimentos e produtos de limpeza e higiene pessoal. “Sem doação não temos como funcionar”, afirmou a coordenadora, Ana Lúcia Aguilar Machado.
BAZAR
Com um auxílio prestado na maioria dos casos a adultos em tratamento contra o câncer, a Casa de Apoio às Pessoas com Câncer (Capec) sobrevive, há sete anos, de todo tipo de doação. Atualmente, são 130 pacientes assistidos, todos de baixa renda sem condições de, por exemplo, custear as despesas com o transporte até o hospital ou de suplementar a alimentação, quando necessário.
“Qualquer doação pode ser entregue na nossa sede. Se não for utilizada pelos pacientes, é colocada no bazar, que ajuda a angariar recursos para o custeio de todas as despesas”, disse o gerente-administrativo, José Mauro Teixeira, um dos fundadores da instituição.