Após 11 dias de paralisação, os professores da rede Municipal de ensino de Belo Horizonte voltaram aos trabalhos nesta sexta-feira (29). A decisão foi tomada após um encontro entre representantes e prefeitura na quinta-feira (28).
Um dos diretores do Sindicato dos Trabalhadores em Educação da Rede Pública Municipal de BH, Wanderson Rocha, explicou que apesar da prefeitura se negar a atender as demandas de ordem econômica, a promessa de retirar da pauta da câmara os projetos de lei 1.581/15 e 1.763/15 da pauta de votação foi um passo importante.
"Achamos por bem fazer a suspensão do movimento. A gente vê com muito pesar a falta de valorização do profissional da educação e uma readequação a uma lei federal que não está sendo cumprida. É o terceiro ano seguido com greves", disse.
Os professores pedem que os salários sejam equiparados ao piso nacional e que as carreiras dos professores infantis e do ensino fundamentais sejam as mesmas, fato que a prefeitura teria se negado a cumprir. Os projetos de lei que estão em discussão na Câmara tratam sobre a previdência e sobre a transferência da administração de escolas e Umeis para a iniciativa privada. Segundo Wanderson, a prefeitura dará a resposta até a próxima segunda-feira (2).
Outra questão que prometeu ser analisada é com relação à bonificação por tempo de serviço, o quinquênio, que dá uma bonificação no salário após cada período de cinco anos como servidor. Wanderson explicou que antigamente esse reajuste era automático, mas uma Portaria publicada este ano exige que o professor faça um requerimento.
"O que queremos é que o bônus seja contato a partir do momento em que o servidor completa o período do quinquênio e não a partir do requerimento", contou. Segundo Rocha, a prefeitura dará a resposta nas próximas semanas.
Os servidores manterão um "estado de greve" para que novas paralisações sejam feitas caso as pautas reivindicadas sigam em discussão na Câmara Municipal. A paralisação começou no dia 18 de abril.
A Secretaria de Educação informou que não é possível precisar o número de escolas atingidas durante o período. Segundo o SindRede, 50% dos 16 mil servidores aderiram à greve.