Henrique Papini, que tinha 22 anos na época, foi agredido na saída de uma boate no bairro Olhos D’água em 2016
Será julgado nesta quinta-feira (27) o engenheiro Rafael Batista Bicalho, de 28 anos, acusado de tentativa de homicídio contra o então estudante de medicina Henrique Papini, de 30. O júri acontece oito anos após as agressões, ocorridas em setembro de 2016, na saída da hoje extinta boate Hangar 677, no bairro Olhos D’água, região Oeste de Belo Horizonte.
Henrique, que tinha 22 anos na época e atualmente é anestesista, foi agredido na saída da casa de shows. O jovem sofreu sequelas permanentes, como perda da audição em um dos ouvidos e paralisia de 50% da face. A agressão teria sido motivada por ciúmes, já que a vítima tinha iniciado um relacionamento com a ex-namorada do acusado.
Advogado de Papini, Alexandre Miranda diz que a vítima enfrenta diariamente as consequências do espancamento. “Não consegue praticar um esporte coletivo, como futebol, basquete. O mais drástico é que ele me contou que não sorri mais, porque sabe que o rosto vai ficar torto”.
Segundo o defensor, a família quer a pena máxima para o agressor. "Eles esperam neste momento crucial do processo que os jurados sejam capazes de reconhecer que o acusado precisa responder pela conduta que praticou, condenando-o pela tentativa de homicídio, duplamente qualificada”, disse o advogado.
Durante o processo, outros dois réus foram inocentados. Um terceiro acusado teve a tipificação do crime de tentativa de homicídio convertida para lesão corporal.
O advogado Zanone Júnior, que representa Rafael Bicalho, não acredita na intenção do cliente de matar Papini. No julgamento, a defesa tentará provar que o caso enquadra-se como lesão corporal, o que pode levar a uma punição mais branda, caso haja condenação.
“Eles tinham problemas, que envolviam a namorada do Rafael, e acabou que os dois brigaram. No entanto, não houve intenção homicida nem espancamento, tanto é que ele está indo à Justiça sozinho, somente ele e a vítima brigaram”, diz o advogado.
Segundo Zanone, desde o episódio o réu teria pago cerca de R$ 500 mil em indenizações à vítima. Foi preso em três oportunidades por conta do processo e monitorado por tornozeleira eletrônica por três anos.
“Ele me disse que se pudesse voltar no tempo, apertaria a mão de Henrique e pediria desculpas. Isso tudo atrasou muito a vida dos dois. Tenho certeza de que os jurados vão entender. Se não estiverem enviesados, vão ver que foi uma briga”.
De acordo com o advogado, caso Rafael seja condenado por lesão corporal, a pena pode chegar a oito anos de prisão. Se houver condenação por tentativa de homicídio, a punição é de no mínimo 12 anos.
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