(Cristiano Machado)
Os mirantes da orla da Lagoa da Pampulha serão revitalizados. A primeira obra, inclusive, já tem recursos assegurados: R$ 200 mil serão usados na reforma do espaço conhecido como Bandeirantes, que fica em frente à Casa Juscelino Kubitschek, na altura do número 4.200 da avenida Otacílio Negrão de Lima. A restauração já deve começar no próximo mês, de acordo com a Prefeitura de Belo Horizonte (PBH).
O anúncio das obras foi feito ontem, durante a entrega do certificado de reconhecimento do conjunto moderno da Pampulha como patrimônio cultural da humanidade pela Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (Unesco). A chancela foi alcançada há um mês.
A verba para a revitalização do mirante Bandeirantes foi liberada por meio do programa municipal Adote um Bem Cultural. “Serão instalados bancos, nova iluminação e banheiros. Esses locais são de contemplação do conjunto da Pampulha”, frisou o presidente da Fundação Municipal de Cultura (FMC), Leônidas José de Oliveira.
Outros R$ 200 mil são necessários para a reforma de mais três mirantes na orla, de acordo com o secretário da Regional Pampulha, José Geraldo Prado. Entram na lista de restauração o São Luiz (perto da antiga sede da Copasa), o Jardim Atlântico (próximo ao Museu de Arte da Pampulha) e o Oscar Niemeyer, ao lado do Bandeirantes.
Está sendo estudada a instalação de estátuas de personalidades ligadas à Pampulha nesses espaços, como Burle Marx e Niemeyer.
Mais obras
Outra intervenção na região com projeto pronto e recursos disponíveis, de acordo com Leônidas Oliveira, é a revitalização dos jardins da Igreja de São Francisco de Assis, a famosa Igrejinha da Pampulha. “As obras incluem novo projeto de irrigação, iluminação e outras melhorias. Para isso, foram liberados R$ 600 mil reais”, detalha.
Já a revitalização da estrutura do imóvel que abriga a Igrejinha e a reforma do Museu de Arte da Pampulha (MAP) estão previstas dentro do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) das Cidades.
Questionado sobre o assunto, o diretor do programa federal, Robson Antônio de Andrade, informou que a União vai liberar R$ 257 milhões para obras em patrimônios culturais de oito cidades mineiras, dentre elas Belo Horizonte. á está pronta e, segundo ele, os recursos serão liberados áté o fim do ano.
Prazo
Com a entrega do certificado, o conjunto arquitetônico agora foi inscrito oficialmente na Unesco como patrimônio mundial. Porém, os trabalhos não param por aí. Daqui a três anos, os bens tombados passarão por uma vistoria. Caso alguma determinação do órgão internacional não tenha sido cumprida, como por exemplo a limpeza do espelho d’água, a cidade poderá perder o título.
“Pretendemos despoluir cerca de 95% da lagoa até o fim deste ano”, afirmou o prefeito Marcio Lacerda.
Cerimônia
Várias autoridades estiveram presentes na entrega do certificado internacional ontem, no Museu de Arte da Pampulha. A intenção do presidente da FMC é expor a placa durante seis meses no próprio espaço. O Ministro da Cultura, Marcelo Calero, disse que esse reconhecimento é de extrema importância para Minas Gerais e para o Brasil.
Casa modernista é tombada
Os membros do Conselho Deliberativo do Patrimônio Cultural do Município aprovaram ontem o tombamento de uma moradia projetada por Oscar Niemeyer e erguida em 1954 para a família Dalva Simão. Construída num terreno de aproximadamente 6 mil metros quadrados na alameda das Palmeiras, no bairro São Luiz, na Pampulha, a casa traz os traços arquitetônicos e demais características do modernismo brasileiro. Protegido pelo patrimônio, o imóvel passa a integrar o hall turístico da região, de acordo com o presidente da Fundação Municipal de Cultura, Leônidas Oliveira.
A partir de agora, todas as intervenções na edificação terão que ser aprovadas pelo Conselho do Patrimônio Cultural. A medida é necessária para que a casa não perca as características originais.