(Marcello Casal / Agência Brasil/Arquivo)
Depois da divulgação do gabarito do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), a ansiedade. Apesar de já conhecerem os erros e acertos nas provas do último fim de semana, os candidatos terão que esperar mais 71 dias para saber a nota final do teste, inclusive a da redação. Só em 19 de janeiro é que o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) irá divulgar o resultado individual dos estudantes. A média será usada para tentar a tão sonhada vaga na universidade.
Mesmo com o gabarito em mãos não é possível saber a nota tirada porque o Inep utiliza a Teoria de Resposta ao Item (TRI) para as correções. Nesse caso, se uma questão tem muitos acertos, ela vale menos pontos. Por outro lado, maior valor terá o item com mais erros.
Na expectativa para o resultado final, o estudante Eduardo Leal, de 17 anos, está confiante. Aluno do Colégio Bernoulli, ele faz mistério sobre o número total de acertos, mas garante que alcançou mais de 150 das 180 questões. O jovem acredita que a pontuação será suficiente para uma vaga no curso de engenharia química daUFMG. “Fui bem, mas um pouco pior do que esperava. Mas acho que consigo a nota necessária”.
Para ele, as provas mais difíceis foram as de linguagens e de matemática e suas tecnologias. Apesar de ter tido um bom desempenho, acertando 41 de 45 questões, o jovem considerou a avaliação de exatas difícil. Ele diz ter ficado surpreso com o tema da redação, o que o deixou mais nervoso na hora da prova.
Análise
Coordenador de Literatura e professor de redação do Bernoulli, Rafael Marques considera que a subjetividade elevou o grau de dificuldade na prova de linguagens. “A interpretação dúbia dificulta a escolha do item. Talvez o problema esteja na formulação do enunciado e das alternativas, porque os textos são bons. Mesmo no Enem é possível que os alunos cheguem a uma interpretação comum dos textos”, avalia.
Sobre a redação, o professor acredita que o tema é bem o estilo da prova, mas muitos alunos podem ter se surpreendido pelo momento em que foi utilizado. “Colégios e cursinhos apostavam em assuntos mais neutros, como mobilidade urbana, e não polêmicos como o caso da intolerância religiosa, até pelo momento político. Por isso, talvez a surpresa”, frisa.
(Com agências e estagiária Mariana Durães)