Após mão inglesa, clientela desaparece da Silviano Brandão

Em vigor desde janeiro, as mudanças no trânsito implantadas pela BHTrans na avenida Silviano Brandão, no bairro Sagrada Família, região Leste de Belo Horizonte, estão prejudicando cerca de 40 lojistas que, em quatro meses, viram as vendas caírem até 80%. Um protesto foi realizado na última terça-feira (13) na tentativa de chamar a atenção dos órgãos públicos para o problema.

A queda do movimento é atribuída à implantação da mão-inglesa e a alterações viárias na saída do túnel da Lagoinha.

Além da inversão no sentido de circulação, foram retiradas as vagas de estacionamento no trecho e a travessia de pedestres ficou prejudicada por causa de grades instaladas no canteiro central, diz Eliana Reis, dona de uma loja e diretora do Sindicato do Comércio Lojista (Sindilojas) do setor moveleiro.

“Também houve um desvio na Cristiano Machado, obrigando carros que saem do túnel e seguem para a Silviano Brandão a entrar na avenida após passar pela rua Pitangui. Assim, os três quarteirões anteriores ficaram praticamente abandonados”, afirma.

NA PAUTA

Embora as alterações no trânsito tenham sido discutidas previamente com os comerciantes, Eliana reclama que outras adequações prometidas na época – travessia elevada para pedestres, sinalização de trânsito e ponto para operação de carga e descarga – não foram realizadas no prazo proposto.

Quatro lojas já fecharam as portas nesse período. A quinta, a Marthiolle Modulados Planejados, encerrará as atividades no fim de maio.

“Várias pessoas estão sendo demitidas. Os donos estão tentando, de alguma forma, sobreviver nessas circunstâncias adversas. Mas, no meu caso, não será possível. As vendas regrediram 70% porque os clientes não passam mais nesse trecho da avenida”, lamenta Rodrigo Oliveira Lima, que estava no ponto há sete meses.

Resposta

Em nota, a BHTrans informou que mantém o diálogo com os lojistas e que tem conhecimento das demandas apresentadas.

No entanto, a empresa que gerencia o trânsito na capital não estipulou prazo para fazer os ajustes acordados, como travessia para pedestres e local de estacionamento para os caminhões de entrega.

Já as alterações no trânsito da Cristiano Machado não poderão ser feitas porque, segundo o órgão, essa foi a melhor solução viária encontrada para o local.