Após quatro dias de medo, ônibus voltam a circular normalmente em Ipatinga

Danilo Emerich - Hoje em Dia
01/09/2015 às 17:31.
Atualizado em 17/11/2021 às 01:35
 (Wellington Fred / Divulgação)

(Wellington Fred / Divulgação)

Após circularem quatro dias com escala reduzida e sob escolta policial, os ônibus de Ipatinga, no Vale do Aço, voltaram a rodar normalmente nesta terça-feira (1º). O transporte público da cidade estava desde a última sexta-feira (28) funcionando de forma precária após três ataques contra coletivos e uma série de ameaças para novos crimes.   A decisão da volta completa do sistema de ônibus na cidade foi divulgada pela Prefeitura de Ipatinga, na manhã desta terça.    A população de Ipatinga chegou a viver momentos de tensão. Os ataques são uma suposta retaliação à ação de forças de segurança no Centro de Remanejamento de Presos (Ceresp) da cidade. Áudios e vídeos, supostamente feito por bandidos, ordenando os ataques e assassinatos na cidade também circularam nas redes sociais e espalharam temor na região.   Ataques   Segundo a Polícia Militar, o primeiro ataque contra ônibus em Ipatinga ocorreu por volta das 22h em 27 de agosto, no bairro Limoeiro. Bandidos pararam o veículo, ordenaram passageiros, motorista e cobrador descerem, depois roubaram o cofre do coletivo e atearam fogo. Após o início do incêndio, os criminosos fugiram.   Cerca de uma hora depois, no bairro Veneza, um outro ônibus estacionado foi atacado em um ponto final. Dessa vez, apenas as rodas do coletivo foram queimadas.   Já na manhã do dia seguinte, às 5h, um terceiro veículo foi atacado no bairro Industrial, em Santana do Paraíso, próximo da divisa com o bairro Betânia, em Ipatinga. Neste caso, bandidos também pararam o ônibus, mandaram os ocupantes descerem e incendiaram o coletivo.   Nenhum passageiro, motorista ou cobrador ficou ferido durante os três ataques.     Em função dos ataques, todo o transporte de passageiros em Ipatinga foi interrompido por cerca de três horas, na manhã da sexta. Viagens de ônibus na cidade não foram feitas entre 6h e 9h. Os veículos só voltaram a circular com escolta policial.   Conforme a Polícia Militar, por ordem do comando o 14º Batalhão, todas as folgas e férias foram canceladas e o policiamento foi reforçado em toda a cidade. Vários ônibus da cidade circularam com militares à paisana no interior.   Rebelião   Os ataques começaram após o controle de um princípio de rebelião no Ceresp de Ipatinga nessa quinta-feira. Durante a confusão, um detento chegou a ficar ferido, durante a manhã. Já a noite do mesmo dia, os presos chegaram a colocar fogo em uniformes e em uma das alas da unidade prisional. O incêndio foi contido, juntamente com o tumulto. A direção-geral do presídio instaurou um Procedimento Interno para apurar as responsabilidades pelo ocorrido.   Segundo a Secretaria de Estado de Defesa Social (Seds), na manhã desta sexta-feira foi iniciada uma revista geral na unidade para encontrar materiais ilícitos. A operação pente-fino encontrou um celular com um chip, além de um chuço (espécie de faca). Presos também foram transferidos da unidade.   Dentre as motivações para o início do tumulto está a superlotação da unidade. O local tem capacidade para 183 detentos, mas está com 680 presos, até 28 de agosto, ou seja, 371% acima da limitação do Ceresp Ipatinga.   O diretor de segurança da Penitenciária Dênio Moreira de Carvalho, em Ipaba, João Batista Ferreira, também foi convocado para assumir a direção geral do Ceresp de Ipatinga, com o afastamento do antigo diretor da unidade, Alexandre Rabelo, em função dos problemas na unidade.

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