(Carlos Rhienck/Hoje em Dia)
Além das obras em atraso e dificuldades financeiras, a direção do Hospital Governador Israel Pinheiro, o Hospital do Ipsemg, registra um aumento de 30% na demanda do pronto-socorro neste ano. O balanço das queixas foram apresentadas à Comissão de Saúde da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) nessa terça-feira (31).
Segundo Susana Rates, diretora do Hospital do Ipsemg, o surto de dengue e o aumento dos casos de doenças respiratórias impulsionaram a elevação da demanda. Para contornar o problema, foi priorizada a reforma de um anexo que deve ser entregue até o final de junho. No entanto, Rates admitiu que pacientes do Centro de Especialidades Médicas do hospital enfrentam uma “fila” para agendar consultas e que há uma carência de equipamentos, tais como ultrassom e sonar. A máquina de raio X também se encontra inoperante.
Outro desfalque reconhecido pela diretora do hospital é o fechamento de uma ala com 70 leitos no setor de internações, que atualmente precisa de reformas. “Quando assumimos a gestão, essa ala estava lacrada. Tão logo a gente consiga o reequilíbrio financeiro, a ideia é que voltemos a reformar essa ala”, afirmou Susana Rates, que explicou que o déficit no início da atual gestão era de R$ 250 milhões decorrente da transferência de recursos para o caixa único do Estado. “Em 2014, tudo foi para o caixa único. Hoje, toda a parte da contribuição dos servidores já vem para o Ipsemg”, afirmou a diretora.
Segundo o deputado Arlen Santiago (PTB), que preside a Comissão de Saúde da ALMG, será cobrado providências urgentes do Estado para reequipar o Centro de Especialidades Médicas. De acordo com o parlamentar, o atraso no agendamento de consultas é consequência da redução do atendimento no interior de Minas Gerais. “Em alguns lugares, pelo preço que o Ipsemg paga, os credenciados não estão conseguindo atendimento, como em Uberlândia. Por isso, a demanda tem aumentado muito na capital”, afirmou.
Arlen Santiago acrescentou ainda que a tabela do Ipsemg está congelada há cerca de sete anos e que o Governo do Estado poderia resolver a situação aumentando sua contribuição para o Ipsemg.
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Entidade critica redução de leitos
O Conselho de Mães, Mulheres e Avós também apontou queixas como a paralisação de obras que já teriam sido pagas; a redução de leitos, que caíram de 543 para 344; e o mau-funcionamento dos elevadores.
A diretora do Ipsemg, no entanto, negou a suspensão de obras pagas. Susana Rates também salientou que a diminuição do número de leitos não ocorreu no atual governo e que foi decorrente da adequação da unidade às normas da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Atualmente o hospital conta com 396 leitos. Sobre os elevadores, foi confirmado que está prevista uma modernização dos equipamentos até o início de 2017.
Uma crítica rebatida pela diretora do Hospital do Ipsemg foi a falta de materiais básicos, como novalgina, papel higiênico ou luvas. Segundo Susana Rates, apesar de não ampliar a estrutura, foi possível quase dobrar o total de internações entre 2013 e 2015, que subiram de 8.900 para 15 mil. O aumento no atendimento foi possível a partir de uma readequação de espaços, como a criação de uma ala exclusiva para pacientes com suspeita de dengue.
(*) Com informações da ALMG.