Após tentativas de homicídio, insegurança e medo rondam postos de saúde e escolas de BH

Gabi Santos - Hoje em Dia
26/02/2014 às 18:23.
Atualizado em 20/11/2021 às 16:18
 (Wesley Rodrigues/Hoje em Dia)

(Wesley Rodrigues/Hoje em Dia)

A insegurança e o perigo continuam rondando os postos de saúde e as escolas em Belo Horizonte. Policiais do 19º Distrito Policial da Zona Oeste da capital estão investigando os detalhes de uma ocorrência na qual quatro pessoas, entre elas duas crianças, foram baleadas quando passavam por rua perto de uma escola municipal do bairro Granjas de Freitas, na região Oeste, nessa terça-feira (25).   O autor dos disparos, um homem moreno, baixo, que ocupava a garupa de uma motocicleta e usava um colete de segurança contra tiros, apontou a arma contra as vítimas com a intenção de matá-las. A polícia está investigando denúncias de que esses atentados teriam sido cometidos por causa de uma guerra entre duas gangues de tráfico de drogas da região.   Nenhuma das quatro pessoas baleadas corre risco de morrer e apenas uma mulher, V. C. F., 38 anos, que ficou ferida no ombro e no braço esquerdo, permanece internada em observações no Pronto Socorro do Hospital João XXIII. As demais pessoas feridas, H. L., 47 anos, E. H., 11 anos, e D. A. R., 13 anos, foram socorridas em um posto médico da zona Oeste e liberadas ainda na noite de terça.   Os atentados provocaram medo e apreensão no bairro porque os tiros foram disparados nas proximidades de uma Unidade Municipal de Educação Infantil (Umei), local de grande trânsito de pedestres e de veículos. Testemunhas contaram que os disparos feitos pelo estranho provocaram grande corre corre perto da unidade de educação.   Esse foi o segundo atentado praticado contra pessoas por perto ou dentro de prédios de atendimento público. Na madrugada de segunda-feira (24), um guarda municipal e uma técnica de laboratório foram baleados na portaria da Unidade de Pronto-Atendimento (UPA) Norte, no bairro Primeiro de Maio. Ferido gravemente, o guarda Leanderson Leonardo de Souza, 32 anos, continua internado em observações no HPS.   "Já passei por isto e posso dizer que a gente fica muito inseguro diante da violência", comentou o motorista Jorge dos Santos de Oliveira, 43 anos, que mora na zona Oeste. "Eu tinha um filho estudante em uma escola municipal, aqui na região, onde aconteceu um tiroteio e só não morreu ninguém por milagre. Depois disto, na primeira oportunidade mudei de lá e matriculei meu filho em outra escola. A gente fica com muito medo".   Os atentados ocorridos nas proximidades ou dentro das unidades de saúde do município também provocam medo, conforme usuários ouvidos na cidade. "Já assisti muitas discusões  de usuários com funcionários de postos de saúde por casa do atendimento", afirmou a dona de casa Ingrid Nascimento da Cunha, 23 anos, casada, que frequenta o posto de atendimento médico da região da aglomerado da Ventosa, na Zona Oeste. "Acho que o que pode evitar esses casos é colocar mais guardas municipais, policiais e mais médicos para atender as pessoas".   A vendedora Viviane Ester Santos Linhares, 30 anos, procurou a UPA Norte nessa quarta e comentou que "acontecem muito conflitos porque ninguém sai de casa, madrugada, levando o filho para ser atendido em um posto de saúde e chega lá e não consegue atendimento. Estou aqui, com a milha filha que precisa de atendimento e não consegui nada. Está bem que não é um caso grave e por isto vou procurar outro lugar. Mas, e se fosse um caso grave?".   Funcionários do posto médico do aglomerado da Ventosa garantiram que a Polícia Militar tem promovido rondas constantes em torno da região da unidade de saúde que já foi uma das mais problemáticas de Belo Horizonte. Além disso, o policiamento com guardas municipas foi reforçado, assim como a vigilância em torno da UPA Norte, onde a PM está promovendo rondas com viaturas e a Guarda Municipal reforçou o número de guardas.

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