O julgamento do estudante de direito Arlindo Soares Lobo, acusado de participar do chamado “Bando da Degola” deve terminar ainda nesta segunda-feira (15). Pelo menos, essa é a expectativa do promotor Francisco de Assis Santiago e do advogado do réu Marcos Antônio Siqueira. A sessão começou com quase uma hora de atraso, já que estava marcado para às 8h30, mas só iniciou por volta das 9h30 desta segunda. O atraso ocorreu devido à demora de testemunhas, jurados e do próprio réu. Lobo é acusado de homicídio qualificado, cárcere privado, extorsão, destruição e ocultação de cadáver, além de formação de quadrilha. Os empresários Fabiano Ferreira Moura, de 36 anos, e Rayder Santos Rodrigues, de 39, foram assassinados em abril de 2010, no bairro Sion. Quatro testemunhas devem ser ouvidas nesta segunda-feira, sendo duas arroladas pela defesa e duas pela acusação. Siqueira, defensor do réu, deve alegar que o estudante teve uma participação menor nos crimes e que agiu sob a mira de um revólver. Ele disse que vai justificar que o cliente só fez o transporte dos corpos no carro próprio porque estava sendo coagido. Mas, o promotor Francisco Santiago não acredita nessa teoria. Ele espera que o réu seja condenado a, pelo menos, 40 anos de prisão. Santiago vai defender o argumento de que o estudante tinha consciência plena do que estava fazendo e não agiu sob coação. O promotor deve dispensar as duas testemunhas de acusação, o que deverá agilizar ainda mais o julgamento. O julgamento dele foi adiado quatro vezes, uma delas porque o juiz Glauco Eduardo Fernandes, da 2ª Vara do Tribunal do Júri do Fórum Lafayette, pediu para um atestado de sanidade mental do réu. A avaliação começou a ser feita em outubro de 2012 e só foi concluída em abril deste ano. O exame provou que Arlindo tinha total capacidade mental de entendimento na época do crime. Lobo está preso desde junho de 2010 na penitenciária Antônio Dutra Ladeira, em Ribeirão das Neves, na Grande BH. O julgamento de Frederico Flores acusado de ser o líder do “Bando da Degola” está marcado para 12 de setembro. Relembre o caso Em abril de 2010 os empresários Fabiano Ferreira Moura e Rayder Santos Rodrigues foram assassinados e degolados em um apartamento no bairro Sion, na região Centro-Sul de Belo Horizonte. Segundo a denúncia do Ministério Público de Minas Gerais, o "Bando da Degola" sequestraram e extorquiram Moura e Rodrigues. Após fazer saques e transferências de valores das contas deles, o grupo assassinou as vítimas e transportou os corpos no porta-malas do carro do estudante de direito Arlindo Soares Lobo Nova Lima, na Grande BH. Os cadáveres foram abandonados em uma área deserta da região. Ainda conforme a denúncia, os empresários estavam envolvidos em estelionato e atividades de contrabando de mercadorias importadas, mantendo em seus nomes várias contas bancárias, de onde eram movimentadas grandes quantias de dinheiro. As atividades ilícitas chegaram ao conhecimento de Frederico Flores, líder do "Bando da Degola", que passou a manifestar o desejo de extorqui-los e foi ajudado pelos demais acusados. Dos oito acusados de integrarem o “Bando da Degola” três estão presos sendo o publicitário Frederico Flores, apontado como líder do grupo; o policial André Luiz Bartolomeu e o norte-americano Adrian Gabriel Grigorce. Além deles, respondem em liberdade a médica Gabriela Costa; o advogado Luiz Astolfo e o pastor Sidney Benjamin. Renato Mozer foi o primeiro a ser julgado. A condenação dele a 59 anos de prisão ocorreu em 7 de dezembro de 2011.