Servidores da segurança pública de Minas estão em greve há um mês pedindo reajuste salarial. Nesta segunda-feira (21), durante manifestação em frente à Cidade Administrativa, em Belo Horizonte, eles decidiram que, desta terça (22) até 31 de março, farão protestos em cidades mineiras que tenham batalhões da Polícia Militar, delegacias regionais de Polícia Civil e unidades prisionais.
Na capital, os profissionais estão organizando um ato que deverá ocorrer quando o projeto de reajuste salarial for apreciado em segundo turno na Assembleia Legislativa (ALMG).
O deputado estadual Sargento Rodrigues explicou que as mobilizações na cidades mineiras serão diárias, com duração de duas horas, das 9h às 11h. Além disso, o trabalho na estrita legalidade permanecerá até que as reivindicações sejam atendidas. "A estrita legalidade não vai acabar tão cedo", afirmou o parlamentar.
Desde 21 de fevereiro, os servidores da segurança pública estão trabalhando no que chamam de estrita legalidade, atuando de acordo com as condições oferecidas pelo Governo de Minas.
Conforme o vice-presidente da Associação dos Praças da Polícia Militar e Bombeiros Militares, Marco Antônio Bahia, os sindicatos, em conjunto com o deputado Coronel Sandro (PSL), enviaram à ALMG três emendas que poderão ser adicionadas ao projeto de reajuste salarial enviado pelo governador Romeu Zema (Novo).
"Nós já pedimos uma reunião com o presidente da Casa, deputado Agostinho Patrus, solicitando apoio às emendas do Coronel Sandro. Elas pedem a contemplação dos oficiais da reserva nos abonos salariais oferecidos à ativa; a viabilização do reajuste salarial de 10,6% retroativo a setembro; e que em setembro deste ano seja paga a parcela de 12% do acordo firmado em 2019", explicou Bahia.
Descumprimento de ordem
Os servidores da segurança pública se encontraram na manhã desta segunda-feira (21) em frente à Cidade Administrativa e fecharam os dois sentidos da MG-010 por duas horas. Novamente, eles descumpriram a decisão judicial que proibe o fechamento de vias.
Ao Hoje em Dia, Sargento Rodrigues afirmou que a obstrução da rodovia não foi motivada pela liderança dos sindicatos e, sim, pelo servidores em "decisões pessoais". Quanto às bombas, o deputado informou que as pessoas estão sendo orientadas a não fazer uso dos artefatos.
"A ocupação da rodovia não foi feita pelos presidentes dos sindicatos nem por mim. Depois que os servidores individualmente foram para lá, é que nós fomos. Tinha gente querendo que a MG-010 ficasse fechada o dia todo e nós falamos que não, que por duas horas já dava para protestar contra o governo", explicou Rodrigues.
A reportagem procurou o Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) para saber se alguma notificação de descumprimento da decisão judicial foi expedida após o ato. De acordo com a assessoria do TJMG, para que isso seja feito é preciso que o Ministério Público ou o Governo do Estado faça um pedido e informe qual ordem não foi cumprida.
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