(Lucas Prates)
A baixa umidade do ar e a chegada do outono lotam os hospitais pediátricos em Belo Horizonte. Só no Hospital Infantil João Paulo II, referência em todo o Estado, a demanda triplicou de janeiro a maio.
Nos primeiros 30 dias deste ano, 52 crianças com problemas respiratórios foram atendidas, enquanto no mês passado foram 159.
De acordo com a Fundação Hospitalar de Minas Gerais (Fhemig), responsável pela unidade de saúde, as infecções de vias aéreas superiores, como por exemplo a faringite e a laringite, são frequentes no outono e no inverno, além das conhecidas gripes.
Pneumonias virais e bronquites, também comuns nesta época, atacam principalmente as crianças. Nas menores de 2 anos, há risco de bronquiolite, que é a inflamação dos bronquíolos. “Essas doenças respiratórias são provocadas por diversos vírus e, nos casos mais graves, as crianças apresentam insuficiência respiratória, com baixa oxigenação no sangue, e podem precisar de internação para receber oxigênio suplementar”, informou, em nota, a Fhemig.
Prevenção
A situação fica mais crítica porque o inverno registra baixa umidade do ar, ressalta Cássio Ibiapina, membro da Sociedade Mineira de Pediatria. Ele explica que os cílios, uma espécie de aparelho de defesa que funciona como uma “vassourinha”, não funcionam bem se os índices de umidade estão baixos.Lucas Prates
Quedas na temperatura e circulação de muitos vírus são uma combinação perigosa se as casas ficam fechadas. “As pessoas ficam sem essa estrutura de defesa. Então, é preciso melhorar a umidificação do sistema respiratório. Para isso, é preciso ingerir muito líquido, fazer limpeza nasal com soro fisiológico e evitar ambiente fechado”, aconselha o pediatra.
O médico reforça a importância de as crianças serem vacinadas contra a gripe. A imunização protege os pequenos dos principais vírus em circulação.