(Valéria Marques / Hoje em Dia)
Uma semana após o encerramento da última greve, que durou 34 dias, o metrô de Belo Horizonte volta a parar, por tempo indeterminado, a partir da meia-noite desta terça-feira (28). A nova paralisação surpreende passageiros, que reclamam da falta de aviso.
A patologista clínica Rafaela Bastos, de 24 anos, precisa usar o metrô para ir para a faculdade. Na manhã desta segunda-feira (27), ela se disse surpresa ao ser informada de mais uma greve.
"Não estava sabendo. Eu acho que isso impacta não só na minha vida, quanto de trabalhadores, estudantes e pessoas que dependem muito do metrô. Acredito que isso (greve do metrô) dificulta muito a vida de quem precisa do transporte", lamenta.
Situação parecida é a do vigilante Worlei da Silva, de 50 anos. Ele conta que mora próximo a uma estação do metrô e que, por isso, o transporte é o mais viável para ir ao trabalho. "Eu uso constantemente e faz muita falta nesse período que estão em greve, para a gente que usa ele constantemente", reclama.
Moradora de Contagem, na região Metropolitana, a aposentada Efigênia Ferreira, de 62, diz que o transporte é seu meio de locomoção para ir a consultas médicas em BH.
"Eu faço uso quando venho para o médico e não sabia que amanhã vai ter greve. Isso impacta tudo no dia a dia dos trabalhadores que dependem do transporte para vir de Contagem para BH".
Os metroviários da capital decretaram nova paralisação dos trens na última sexta-feira (24). A decisão foi tomada durante assembleia da categoria, após o Governo de Minas formalizar a assinatura do contrato de concessão do metrô.
Os trabalhadores da Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU-BH) afirmam que tomaram a decisão por entenderem que são empregados públicos concursados e não podem ser transferidos para uma empresa privada.
Em nota divulgada nesta segunda (27), o Sindicato dos Empregados em Transportes Metroviários e Conexos de Minas Gerais (Sindimetro) afirma que foi procurado por representantes da Comporte, concessionária que passa a administrar o serviço, garantindo que a empresa continuará funcionando como antes e que os funcionários serão mantidos. No entanto, o Sindimetro alega falta de garantias para os trabalhadores a longo prazo.
"A diretoria apresentou essa proposta diante da assinatura do contrato de transferência do metrô para a Comporte. Ainda buscam interferência do MPT (Ministério Público do Trabalho) e têm reunião com Luiz Marinho, ministro do Trabalho, no dia 3 de abril para discutir a situação dos 1,6 mil metroviários. Na assembleia houve críticas de todos com o descaso do governo federal com a pauta das privatizações", diz o comunicado.
A reportagem procurou a CBTU-MG e o grupo Comporte e aguarda retorno.
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