Reunião na ALMG critica projeto de mineração na Serra do Curral (Willian Dias / ALMG Divulgação)
Na semana em que o Rodoanel Metropolitano de Belo Horizonte irá a leilão, uma reunião na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), nesta segunda-feira (8), discutiu o projeto, que voltou a ser criticado.
Lideranças comunitárias e deputados citaram impactos ambientais e sociais da obra em encontro promovido pela Comissão de Direitos Humanos.
Presidenta da Comissão de Direitos Humanos, a deputada Andréia de Jesus (PT) avaliou que o Rodoanel impactará áreas densamente povoadas de municípios da Região Metropolitana de Belo Horizonte.
A parlamentar disse que deveria ter sido feita uma consulta prévia com as comunidades e avaliou como “atrocidade” avançar com o Rodoanel diante do que ela considera “grave violação de direitos humanos dos atingidos pelo projeto”.
A deputada também disse ter recebido uma carta aberta de comunidades impactadas pelo projeto e que encaminhará o documento ao Tribunal de Contas do Estado (TCE).
A deputada Beatriz Cerqueira (PT) reforçou o coro de críticas ao Rodoanel. Segundo ela, a via passará por três áreas de proteção ambiental na Grande BH, colocando em risco pelo menos 40 nascentes.
Na avaliação da parlamentar, o governo deveria considerar a possibilidade de reforma do Anel Rodoviário como alternativa à construção do Rodoanel.
População critica
Moradora do bairro Nascentes Imperiais, em Contagem, Sônia Damásio Silva endossou as críticas das deputadas. Ela afirmou que a população não foi ouvida na construção do projeto. “O dinheiro vai vencer. Como a gente fica? Não queremos essa obra”, afirmou.
Cristina Maria Oliveira, do movimento SOS Várzea das Flores, classificou o Rodoanel de “obra nefasta”. Ela denunciou a falta de estudos sobre os impactos ambientais da via e alertou para os riscos ao abastecimento de água da RMBH. “Estamos vendo uma desgraça anunciada legalmente”, disse.
Leilão
O leilão do Rodoanel Metropolitano está previsto para esta sexta-feira (12), na Bolsa de Valores de São Paulo (B3). O projeto está orçado em R$ 5 bilhões, dos quais R$ 3 bilhões serão provenientes de recurso do acordo firmado com a mineradora Vale pela tragédia de Brumadinho
O governo de Minas encara a obra como uma das principais obras de infraestrutura da história do estado. O objetivo, segundo a Secretaria de Estado de Infraestrutura e Mobilidade de Minas Gerais (Seinfra), é desafogar o trânsito pesado do Anel Rodoviário e, assim, evitar acidentes.