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Assassinato do gari Laudemir completa duas semanas; veja próximos passos do caso

Advogado da família da vítima diz que polícia apura histórico telefônico do celular e do carro BYD do empresário Renê Júnior, que confessou o crime

Bernardo Haddad
@_bezao
25/08/2025 às 12:44.
Atualizado em 25/08/2025 às 12:52
 (FOTO: MAURÍCIO VIEIRA / JORNAL HOJE EM DIA)

(FOTO: MAURÍCIO VIEIRA / JORNAL HOJE EM DIA)

Nesta segunda-feira (25) completa duas semanas do assassinato do gari Laudemir de Souza Fernandes e o inquérito policial ainda não foi fechado. A tendência é que aconteça até o final desta semana. Segundo o advogado da família da vítima, Tiago Lenoir, a polícia ainda apura o histórico telefônico do celular e do carro BYD do empresário Renê Júnior, que confessou ter matado o trabalhador a tiros, enquanto ele trabalhava. 

Na última quarta-feira (20), a Justiça concedeu mais 10 dias para a Polícia Civil concluir o inquérito. Apesar do prazo estendido, Lenoir avalia que a “demora é natural do processo”. Segundo ele, faltam apenas diligências complementares para definir o inquérito. 

Após a conclusão do documento, o inquérito será mandado para o Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), que irá receber a denúncia. Em seguida, o processo vai ao Poder Judiciário e abre-se um prazo de 10 dias para a defesa de Renê apresentar testemunhas ou requerer diligências que acharem cabíveis. 

Só então, o juiz marcará uma audiência de instrução e julgamento para ouvir todas as testemunhas e o réu. Assim, o magistrado dará a sentença de pronúncia, que constata a existência de indícios suficientes de que um crime doloso contra a vida foi cometido e que o réu é o provável autor ou participante. Por fim, Renê deverá ser  julgado em júri popular. 

“Não vamos descansar até que esse indivíduo seja indiciado, denunciado, pronunciado, levado a júri popular e condenado. Que ele repare todos os danos que ele causou para a família do Laudemir”, disse o advogado, que prevê que a sentença de pronúncia saia em três ou quatro meses.

Empresário confessa ter matado Laudemir

Assassino confesso de Laudemir, Renê destacou que a esposa, delegada da Polícia Civil, não tinha conhecimento que ele estava com a arma particular da delegada, uma pistola, calibre .380, usada no crime. 

A fala ocorreu no mesmo dia em que os advogados Leonardo Guimarães Salles, Leandro Guimarães Salles e Henrique Vieira Pereira, responsáveis por defender o empresário, deixaram o caso por motivo de foro íntimo. 

Segundo o advogado Leonardo Guimarães, o fato ocorreu após uma conversa reservada com o empresário na última segunda-feira (18). Agora, o acusado, que está preso preventivamente, terá que apresentar um novo nome para a defesa. Caso não aconteça, caberá ao juiz responsável pelo caso nomear um defensor do estado.

A dispensa ocorreu um dia após imagens de circuitos de segurança mostrarem o empresário guardando uma arma, que seria da esposa dele - uma delegada civil -  em um mochila no estacionamento do prédio onde mora, horas depois do crime. 

Exames de balística realizados por peritos da Polícia Civil confirmaram que a arma usada no assassinato é a mesma que aparece nas imagens e foi apreendida na casa do empresário. 

Relembre o caso 

Laudemir de Souza Fernandes foi assassinado a tiros enquanto trabalhava no bairro Vista Alegre, região Oeste de BH. De acordo com a Polícia Militar, o empresário, suspeito do crime, teria disparado contra o profissional de limpeza no dia 11 de agosto. Ele chegou a ser socorrido, mas não resistiu. 

O empresário foi identificado por câmeras de segurança da região. Pouco tempo depois, foi preso em uma academia na Avenida Raja Gabaglia, que fica na mesma região onde ocorreu a tragédia. 

Conforme denúncia do Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), o crime trata-se de um homicídio duplamente qualificado, pelo suspeito ter dificultado a defesa da vítima e a ação ter sido motivada por uma discussão banal. O órgão considerou que a “gravidade da conduta extrapola o que seria admitido como normal”. 

Ainda segundo o MP, o promotor avaliou que, em juízo de probabilidade, eventual soltura do suspeito violaria a ordem pública.

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