Ataques a ônibus colocam medo na população de Ipatinga

Danilo Emerich - Hoje em Dia
28/08/2015 às 16:06.
Atualizado em 17/11/2021 às 01:32
 (Wellington Fred / Divulgação)

(Wellington Fred / Divulgação)

A população de Ipatinga, no Vale do Aço, vive momentos de tensão desde a manhã dessa quinta-feira (27). Em retaliação à ação de forças de segurança no Centro de Remanejamento de Presos (Ceresp) da cidade, presos ordenaram o ataque contra ônibus. Três veículos foram incendiados até essa sexta-feira (28), mas nenhum suspeito ainda foi identificado pelos crimes.   Áudios e vídeos, supostamente feito por bandidos, ordenando os ataques e assassinatos na cidade circulam nas redes sociais e também têm espalhado temor na região. A veracidade dos arquivos não foi confirmada pelas forças de segurança.   Ataques   Segundo a Polícia Militar, o primeiro ataque ocorreu por volta das 22h dessa quinta-feira, no bairro Limoeiro. Bandidos pararam o veículo, ordenaram passageiros, motorista e cobrador descerem, depois roubaram o cofre do coletivo e atearam fogo. Após o início do incêndio, os criminosos fugiram.   Cerca de uma hora depois, no bairro Veneza, um outro ônibus estacionado foi atacado em um ponto final. Dessa vez, apenas as rodas do coletivo foram queimadas.   Já na manhã desta sexta-feira, às 5h, um terceiro veículo foi atacado no bairro Industrial, em Santana do Paraíso, próximo da divisa com o bairro Betânia, em Ipatinga. Neste caso, bandidos também pararam o ônibus, mandaram os ocupantes descerem e incendiaram o coletivo.   Nenhum passageiro, motorista ou cobrador ficou ferido durante os três ataques.       Escolta   Em função dos ataques, todo o transporte de passageiros em Ipatinga foi interrompido por cerca de três horas, na manhã desta sexta. Viagens de ônibus na cidade não foram feitas entre 6h e 9h. Os veículos só voltaram a circular com escolta policial.   Conforme a Polícia Militar, por ordem do comando o 14º Batalhão, todas as folgas e férias foram canceladas e o policiamento foi reforçado em toda a cidade. Vários ônibus da cidade circularam com militares à paisana no interior.   Até às 15h desta sexta-feira, nenhum suspeito pelos crimes foi identificado, mas diligências são feitas pela cidade. A PM pede que qualquer pessoa que tenha informação sobre os criminosos que entre em contato pelo telefone 190 ou o Disque-Denúncia 181. A Polícia Civil também instaurou um inquérito para apurar os ataques.   Rebelião   Os ataques começaram após o controle de um princípio de rebelião no Ceresp de Ipatinga nessa quinta-feira. Durante a confusão, um detento chegou a ficar ferido, durante a manhã. Já a noite do mesmo dia, os presos chegaram a colocar fogo em uniformes e em uma das alas da unidade prisional. O incêndio foi contido, juntamente com o tumulto. A direção-geral do presídio instaurou um Procedimento Interno para apurar as responsabilidades pelo ocorrido.   Segundo a Secretaria de Estado de Defesa Social (Seds), na manhã desta sexta-feira foi iniciada uma revista geral na unidade para encontrar materiais ilícitos. A operação pente-fino encontrou um celular com um chip, além de um chuço (espécie de faca). A Seds não informou se haverá transferência de presos por razões de segurança.   Dentre as motivações para o início do tumulto está a superlotação da unidade. O local tem capacidade para 183 detentos, mas está com 680 presos, ou seja, 371% acima da limitação do Ceresp Ipatinga.   O diretor da Penitenciária Dênio Moreira de Carvalho, em Ipaba, Adão dos Anjos, também foi convocado para assumir interinamente a direção do Ceresp de Ipatinga, com o afastamento do antigo diretor da unidade, Alexandre Rabelo, em função dos problemas na unidade.

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