Prevenção é a principal estratégia, reforçam autoridades
As abelhas atacam pessoas para defender a colmeia, fontes de alimento e a si mesmas contra ameaças percebidas, o que pode ser desencadeado por barulhos, movimentos bruscos, perfumes ou proximidade ao ninho (Instituto Butantan)
Mesmo na terceira posição no ranking de acidentes com animais peçonhentos no Norte de Minas, os ataques de abelhas já provocam mais mortes do que picadas de escorpião na região. O alerta foi feito nesta quarta-feira (24) pelo Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde (Cievs), regional de Montes Claros.
Representantes de mais de 40 municípios participaram da reunião. Lá, foi informado que de 2021 até a primeira quinzena de setembro deste ano, foram confirmadas sete mortes por picadas de escorpiões e oito óbitos após ataques abelhas, cenário que preocupa as autoridades principalmente pela ausência de um soro específico para acidentes do tipo.
Segundo a enfermeira Amanda de Andrade Costa, da Coordenadoria de Vigilância em Saúde da SRS, a região contabilizou 28.130 acidentes com escorpiões no período analisado. Com relação aos óbitos foram dois casos em 2021 e cinco em 2023.
Já os acidentes com abelhas somaram 1.095 notificações. O número de mortes subiu: um caso em 2021, um em 2022, três em 2024 e três na primeira quinzena de setembro deste ano.
A profissional destacou que os institutos Butantan e Vital Brasil estão na fase final de testes clínicos do soro antiapílico. Se comprovada a eficácia, o Brasil será o primeiro país a dispor de um produto específico para o tratamento desse tipo de acidente.
O Hospital João XXIII, referência em urgência e emergência na capital, registrou 89 atendimentos por picadas de abelhas entre janeiro e agosto deste ano - mais da metade dos 172 casos contabilizados em todo o ano passado. A média mensal é de 11 vítimas.
O caso mais recente ocorreu no bairro de Lourdes, na região Centro-Sul, onde um pedestre foi atacado por um enxame que estava em um buraco de poste e sofreu cerca de 50 ferroadas.
Entre as medidas recomendadas pelo Cievs estão:
O Corpo de Bombeiros também reforça que a prevenção é a principal estratégia. O tenente Henrique Barcelos alerta que colmeias jamais devem ser removidas por conta própria.
“Não jogue água, não atire fogo, não jogue objetos e, principalmente, não tente capturar as colônias se não tiver o treinamento e a proteção adequada”, destacou.
Em caso de ataque, a recomendação é sair imediatamente do local, procurar abrigo seguro e proteger boca, nariz e pescoço. Mais de dez picadas já configuram situação de risco, e qualquer reação alérgica exige atendimento médico imediato. Para emergências, o Corpo de Bombeiros pode ser acionado pelo telefone 193.
*Estagiária, sob supervisão de Renato Fonseca
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