Atropelamentos diminuem, mas fazem 8 vítimas por dia em Belo Horizonte

Izabela Ventura - Do Hoje em Dia
03/08/2012 às 07:09.
Atualizado em 22/11/2021 às 00:05
 (Renato Cobucci/Hoje em Dia)

(Renato Cobucci/Hoje em Dia)

O número de atropelamentos em Belo Horizonte diminuiu de 2010 para 2011, segundo o anuário “Informações sobre Acidentes de Trânsito com Vítimas”, divulgado pela Secretaria de Estado de Defesa Social (Seds), responsável pelos dados do Departamento de Trânsito de Minas Gerais (Detran/MG). No entanto, de acordo com especialistas em trânsito, não há o que comemorar. Na sequência da série de reportagens sobre a importância do respeito à faixa de pedestres, o Hoje em Dia apresenta mais uma estatística preocupante: somente no ano passado, quase oito pessoas foram atropeladas, em média, na capital mineira, a cada dia. De 2010 para 2011, o número de ocorrências do tipo caiu de 3.168 para 2.889, uma diferença de 8,8%. As mortes passaram de 105 para 76, conforme o levantamento do Detran/MG.   Para o consultor em transporte e trânsito Osias Batista Neto, duas medidas da BHTrans contribuíram para a diminuição. A primeira foi a instalação de mais detectores de avanço de sinal nas vias da cidade. Segundo ele, grande parte dos atropelamentos ocorre porque o motorista arranca o carro antes de o semáforo abrir, ou continua acelerando mesmo após o dispositivo fechar.    Reforço   Outra iniciativa elogiada foi o aumento no número de radares para inibir o desrespeito ao limite de velocidade. A BHTrans instalou mais 13 equipamentos fixos e três móveis desde 2010, além de 40 detectores de avanço de semáforo. Porém, Osias avalia que, muitas vezes, os pedestres também precisam mudar o próprio comportamento. “Muita gente corre quando começa a atravessar a rua, mas reduz o passo repentinamente no meio da travessia e deixa de reparar no tráfego. Isso confunde o motorista, que acha que não precisa frear, pois o pedestre estava correndo”, exemplifica.   Apesar da redução no número de acidentes, o especialista acredita que o número de atropelamentos ainda é preocupante. Ele diz que o poder público não investe em campanhas de educação no trânsito e respeito à faixa de pedestres e que ações pontuais dos órgãos de trânsito não têm força para dar conta do recado sozinhas. “A meta do governo para acidentes deveria ser zero. As campanhas devem mostrar que os motoristas não passam de pedestres dentro de carros”, avalia.

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