(ALMG/Divulgação)
Uma audiência Pública realizada na Assembleia Legislativa de Minas Gerais, nesta quarta-feira (20), discutiu a morte do jovem Igor Arcanjo Mendes, de 20 anos, durante uma abordagem policial na cidade de Ouro Preto, na região Central de Minas.
Familiares e amigos acusaram um tenente da Polícia Militar de ter assassinado o rapaz na última sexta-feira (15). “Ele foi colocado baleado em um camburão, sem que o Samu sequer fosse acionado. Disseram que tinha droga no carro, mas só afirmaram isso várias horas depois. As testemunhas estão com medo”, afirmou a irmã da vítima, Nayara Mendes.
Os deputados autores do requerimento que motivou o debate, Thiago Cota (PMDB) e Rogério Correia (PT), se disseram sensibilizados com o fato e exigiram celeridade nas investigações. “Estamos prestando solidariedade à família. Temos que fazer um balanço da atuação da PM em Ouro Preto”, destacou Rogério Correia.
O comandante da 3ª Região da PM, coronel Eucles Honorato Júnior, reconheceu que o fato é triste e teve um desfecho indesejado. Ele salientou que a corporação está adotando todas as providências que o caso requer, seguindo a legislação vigente.
De acordo com o comandante, a cena do crime foi preservada, a apreensão e a perícia da arma foram feitas e o inquérito policial foi prontamente instaurado. “Determinamos que a Corregedoria faça a investigação. Está tudo sendo tratado com isenção e transparência. O tenente envolvido na abordagem foi afastado das suas funções operacionais”, completou.
O Ministério Público designou também três promotores para acompanhar as investigações.
Já o representante da Secretaria de Estado de Direitos Humanos, Participação Social e Cidadania, Biel Rocha, também disse que providências serão tomadas. “O que aconteceu em Ouro Preto foi uma execução, e o Igor não será só mais um número nessa estatística”, garantiu.
O deputado Coronel Piccinini (PSB) fez uma defesa do tenente acusado. Ele disse que o servidor tem experiência e o treinamento necessário para o trabalho policial. “Ele não saiu de casa para matar ninguém, e sim para proteger e socorrer. Mais que isso, está amparado pela legítima defesa legal. A apuração deve ser rigorosa, mas o julgamento não deve ser antecipado”, disse.
* Fonte: ALMG