Audiência sobre a reforma da Previdência termina com promessa de diálogo em BH

Paula Coura
pcoura@hojeemdia.com.br
15/03/2017 às 18:12.
Atualizado em 15/11/2021 às 13:45

O ato contra a Reforma da Previdência terminou no final da tarde desta quarta-feira (15) com uma promessa de diálogo. O deputado estadual Rogério Corrêa presidiu uma audiência pública que ocorreu na porta da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) e se comprometeu a reunir a bancada mineira na ALMG e no Congresso, na próxima segunda-feira (20), para tratar da reforma. "Vamos debater sobre o assunto e expor o ponto de vista do trabalhador sobre a PEC 287", disse Corrêa.

Também presente na audiência, o ex-ministro da Previdência Carlos Gabas disse que a reforma, nos moldes que se encontra, com mudança para aposentadoria a 65 anos e alteração no cálculo do benefício não supre o déficit nas contas públicas. "O rombo nos cofres públicos, posso assegurar, não vem da Previdência", afirmou.

A proposta tramita na Câmara dos Deputados e já recebeu mais de 140 emendas. Para a presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT-MG) e coordenadora Geral do Sind-UTE/MG, Beatriz Cerqueira, não é possível melhorar a proposta apresentada. "Essa reforma impossibilitaria o direito à aposentadoria. O problema dela é estrutural. Foi elaborada por quem não conhece a realidade da população brasileira." 

Paralisação

Milhares de pessoas caminharam pelas principais vias de Belo Horizonte em manifesto articulado pelas frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo contra a Reforma da Previdência. Sindicatos, entidades estudantis e outras organizações sociais se reuniram na praça da Estação, logo pela manhã desta quarta-feira (15) e seguiram em marcha até a praça da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), onde ocorreu a audiência pública.

Entre as categorias que aderiram ao movimento estavam os professores das redes públicas e privada, metroviários, eletricitários, trabalhadores da saúde, servidores da Universidade Federal de Minas Gerais e funcionários dos Correios, entre outros.

As 19 estações de metrô da capital mineira não abriram suas portas. Os centros médicos ligados ao Sistema Único de Saúde (SUS) funcionaram com capacidade reduzida: a maior parte das unidades recebeu somente casos de emergência. Já as escolas devem permanecer paralisadas por tempo indeterminado. "O protesto foi um indicativo aos deputados mineiros de que a reforma da previdência não tem o apoio do trabalhador", disse Beatriz Cerqueira.

*Com Agência Brasil

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