(Maurício Vieira)
Minas vem quebrando recordes de contaminações por Covid-19 desde o fim do ano passado. Já são 12,4 mil óbitos e 570 mil casos da doença no Estado. O avanço da pandemia, com hospitais no sufoco para dar conta da demanda de pacientes, tem levado prefeituras a recuarem na flexibilização das atividades econômicas.
Pelo menos seis cidades da Grande BH adotaram restrições no funcionamento do comércio, na tentativa de barrar o contágio da enfermidade. Nesta semana, Belo Horizonte informou que fechará, a partir de segunda-feira (11), o comércio não essencial. Mesma medida será adotada por outros municípios.
Nesta sexta-feira (8), a Prefeitura de Sabará informou que também irá recuar. Um decreto será publicado ainda hoje, autorizando apenas as atividades essenciais. A alteração deve entrar em vigor na segunda (11).
Também devido ao aumento dos casos da doença, a Prefeitura de Ibirité definiu pelo funcionamento do comércio de forma escalonada, com exceção de serviços essenciais. Um decreto será publicado nesta sexta e entrará em vigor na segunda. Serviços como farmácias, supermercados, bancos e padarias poderão funcionar normalmente.
As demais atividades serão divididas por seguimentos - seguindo a mesma tabela do programa Minas Consciente - e poderão abrir em dias pares ou ímpares do mês, conforme detalhes que serão publicados no site da prefeitura.
Nessa quinta (7), começou a valer, em Brumadinho, decreto que autoriza apenas o funcionamento de serviços como unidades de saúde, farmácias e supermercados. Bares, restaurantes, lanchonetes e academias estão com o alvará de funcionamento suspenso até 17 de janeiro. Já salões de beleza, barbearias e clínicas de estética terão as atividades paralisadas até o dia 12.
Quem também terá novas regras para conter o vírus é Betim. Lá, a partir deste sábado (9), shopping e galerias poderão funcionar só das 11h às 21h. Restaurantes, lanchonetes e bares, das 10h às 21h. Já o setor de vestuário, salão de beleza, eletrodomésticos, móveis, livrarias e similares, apenas das 10h às 17h. A mudança é por tempo indeterminado.Tomaz Silva/Agência Brasil
Em BH, bares serão fechados a partir da próxima segunda-feira, conforme determinação da PBH
Em Sete Lagoas, a cerca de 70 quilômetros de BH, restrições foram colocadas em prática desde 21 de dezembro, após a cidade atingir 100% de ocupação dos leitos. Foram estabelecidos novos horários de funcionamento do comércio e agências bancárias. No transporte público também houve mudanças, limitando o número de passageiros dentro dos ônibus.
Em Contagem, a prefeita Marília Campos (PT) convocou uma coletiva para a tarde desta sexta-feira (8) para anunciar o posicionamento do município quanto ao combate do novo coronavírus. Durante a entrevista, marcada para as 15h, estarão presentes os representantes do Comitê Intersetorial de Enfrentamento à Covid-19 e o infectologista Unaí Tupinambás.
Granbel
Para o ex-prefeito de Nova Lima e presidente da Associação dos Municípios da Região Metropolitana de BH (Granbel), Vitor Penido (DEM), restrições adotadas em cidades de menor porte podem prejudicar a população. Segundo o ex-mandatário, é preciso um plano para as necessidades econômicas dos moradores e, ao mesmo tempo, barrar o avanço do vírus.
“A movimentação de rua em uma cidade de 3, 4, 5 ou 10 mil habitantes é muito pequena. Então, cada caso é um caso. Claro que isso tem de ser coordenado pelo Estado, através da Secretaria de Estado de Saúde, até mesmo com o apoio do governo federal. São eles que devem ditar as regras”.
Penido reforçou que cabe aos lojistas ter responsabilidade, exigindo ações de controle nos estabelecimentos, como o uso obrigatório de máscaras.
'Points' dos mineiros também tiveram mudanças
A partir de segunda-feira, a Prefeitura de Cabo Frio, na região dos Lagos do Rio de Janeiro, um dos principais pontos turísticos dos mineiros durante as férias, exigirá exames negativos de Covid para entrar na cidade. Segundo decreto publicado na terça (5), o teste deverá ter sido realizado 72 horas antes da chegada no município.
A medida segue o exemplo de Guarapari, no Espirito Santo, que no fim de dezembro suspendeu a entrada de ônibus de turismo, o fechamento de bares e agências bancárias e a proibição de realização de casamentos e de venda de bebidas alcoólicas no calçadão das praias.
* Com Marina Proton
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