Avanços nos negócios entre Alemanha e Brasil passam por questões ambientais
(Mauricio Vieira/Hoje em Dia)
Questões ambientais tomaram conta dos debates no "Encontro Econômico Brasil - Alemanha", realizado em Belo Horizonte, nesta segunda-feira (13). Garantir rigor no controle e aproveitar oportunidades na área da energia sustentável foram pontos destacados.
O acordo entre Mercosul e União Europeia, que ficou travado durante o governo de Jair Bolsonaro (PL) por causa de divergências nas metas de proteção ao meio ambiente, se tornou o principal tema.
Aguardando aprovação desde 2020, o acordo pretende zerar tarifas de importação aplicadas a vários produtos, criando uma grande área de comércio entre europeus e latino americanos.
Além de representantes do governo alemão, o evento contou com a presença do vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB), do governador mineiro, Romeu Zema (Novo) e do prefeito da capital, Fuad Noman (PSD).
Rússia
A guerra na Ucrânia e o corte de fornecimento de combustíveis vindos da Rússia para a Alemanha criou a necessidade de encontrar novos fornecedores e o Brasil surge como parceiro estratégico.
"Mais pragmatismo nesse acordo e aproximar mercados com perspectivas confiáveis de longo prazo", disse vice-chanceler e ministro federal de Assuntos Econômicos e Ação Climática da Alemanha, Robert Habeck.
Para o presidente da Federação das Indústrias de Minas Gerais (Fiemg), Flávio Roscoe, um cenário que favorece os mineiros. "Somos um exemplo na produção de energia sustentável e condições privilegiadas para fornecer tecnologias e produtos de carbono zero", por exemplo.
Avanços nas parcerias e contribuições da Alemanha ao Fundo da Amazônia. Estamos aqui para trabalhar para fortalecer a indústria brasileira.
Bom e barato
Geraldo Alckmin destacou que na perspectiva ambiental o Brasil está pronto para atender aos desejos dos alemães. "Aqui é o lugar para produzir com qualidade, a baixo custo, com sustentabilidade e retorno de carbono", destacou.
Minas na pauta
O governador Romeu Zema aproveitou sua fala para apresentar as iniciativas para tornar a mineração mais sustentável e segura no Estado.
"Temos muitos negócios com a Alemanha, que é nosso maior comprador de café, por exemplo, e sabemos que hoje nenhum Estado participa dos negócios internacionais se não cumprir se preocupar com sustentabilidade e trabalho para entregar um Estado mais sustentável ao fim do meu mandato", destacou Zema.
Segundo o representante da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Ricardo Albano, destacou o tamanho dos negócios entre Brasil e Alemanha e as oportunidades de crescimento. "Hoje os negócios entre os dois países giram em
19 bilhões de dólares; sendo que empresas alemãs tem 26 bilhões de dólares em investimentos no Brasil", destacou.