Dispositivo, que custa em média R$ 400, será oferecido gratuitamente para crianças com a deformidade
(Valéria Marques/ Hoje em Dia )
O Hospital da Baleia, na região Leste de Belo Horizonte, inaugurou nesta segunda-feira (15) um banco de órteses para tratamento pela rede SUS de crianças portadoras do Pé Torto congênito. A unidade recebeu 100 dispositivos que serão oferecidos para pacientes com a deformidade. A novidade promete ampliar em 40% os atendimentos, além de reduzir o abandono do tratamento.
De acordo com a coordenadora do ambulatório, Mônica França, muitas famílias não tinham condições de adquirir os dispositivos - que custam em média R$ 400 - e acabavam desistindo do tratamento. Agora, o novo banco irá permitir a operação de um sistema “sustentável” e gratuito.
“As famílias retiram o modelo compatível com o tamanho da criança e, ao longo dos anos, vão trocando conforme a necessidade. Ao final do tratamento, as órteses são devolvidas, reformadas e reinseridas no ciclo, tornando o banco sustentável”, contou a médica.
A dona de casa Jusiane Pereira da Silva estava no hospital na manhã desta terça-feira (15), junto com a filha Elisa Aparecida, de 4 anos, para receber uma órtese. Elisa nasceu com mielomeningocele - malformação congênita - e com o crescimento foi diagnosticada com a doença do Pé Torto.
“Muito importante, antes não tinham os dispositivos. Tinha dado uma pesquisada, mas seria difícil de comprar. Agora ficou mais fácil e temos a garantia que ela vai conseguir o tratamento. É gratificante demais”, afirmou.
Elisa Aparecida, de 4 anos, recebeu uma órtese nesta terça-feira (15) (Valéria Marques/ Hoje em Dia)
O Pé Torto congênito, também conhecido como pé equinovaro, é uma malformação que afeta a posição e a estrutura dos pés, que nascem virados para dentro e para baixo. Em Minas, cerca de 400 crianças são diagnosticadas com a doença por ano.
Em 2024, cerca de 50 crianças com a doença foram tratadas no Hospital da Baleia. Com a chegada do banco de órteses, a expectativa é que o número de atendimentos chegue a mais de 70 em 2025.
Na maioria dos casos, o tratamento da doença se inicia quando as crianças têm 3 meses de idade, durando de 4 a 5 anos. São realizadas fases de correção com gesso, pequenas cirurgias e, principalmente, o uso contínuo de órteses.
O hospital recebeu apoio do projeto nacional “Ortetizando o Pé Torto Congênito no Brasil” e contou com a parceria do Rotary Club Belo Horizonte, que colaborou com mobília, computador e adesivagem do espaço, além de ficar responsável pela manutenção das órteses. Outros 40 dispositivos devem ser enviados ao hospital em breve.
O banco também recebe doações de órteses de terceiros. Interessados pode levar o equipamento diretamente ao banco Pezinhos do Baleia, que fica no segundo andar do prédio Antônio Mourão, no Hospital da Baleia, no bairro Saudade, região Leste de Belo Horizonte.
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