(Renato Cobucci/Hoje em Dia)
Há 40 anos, e com apenas cerca de 150 pessoas, começava a história do que hoje é considerado o maior e mais famoso evento carnavalesco de Belo Horizonte. A Banda Mole, que neste sábado (7) vai arrastar uma multidão pela avenida Afonso Pena, no Centro da cidade, surgiu do antigo Leões da Lagoinha, bloco que desfilava pelo bairro homônimo, na região Noroeste da capital.
O grupo de foliões da Lagoinha foi extinto. Anos depois, parte deles, sentindo falta da festa de Momo na capital, decidiu criar a Banda Mole. “Belo Horizonte ficou com uma lacuna no Carnaval e a festa ficou praticamente inativa. As pessoas iam para cidades próximas”, disse Helvécio Gaiola, um dos fundadores da Banda Mole.
No início, menos de duas centenas de pessoas acompanhavam o desfile, tradicionalmente pela Rua da Bahia. O bloco foi aumentando ao longo dos anos: 150 mil, 200 mil, chegando a reunir 400 mil foliões, o recorde de público da Banda Mole, em 1995.
“Foi quando convidamos a banda baiana Ara Ketu, um dos maiores sucessos da época. Foi uma grande emoção, porém também ficamos preocupados de que acontecesse algo, pois o público era muito superior ao que esperávamos. Mas graças a Deus foi um sucesso”, lembra Gaiola.
Nova passarela
Com o público aumentando a cada ano, foi preciso mudar o local do desfile, pois a rua da Bahia não comportava tantos foliões. “A Polícia Militar chegou a nos dizer que não iria dar suporte mais, porque era complicado acomodar toda aquela multidão no trecho”, diz Gaiola.
Com isso, o palco da folia passou a ser a avenida Afonso Pena, entre as ruas Guajajaras e Bahia. Gaiola ressalta que a mudança trouxe tranquilidade aos organizadores e mais conforto aos foliões.
Além do Ara Ketu, outra atração de peso da Banda Mole foi o músico e compositor carioca Carlos Imperial, que esteve à frente do desfile há cerca de 20 anos. “Ele era um dos maiores entusiastas do Carnaval no Rio de Janeiro, uma figura muito conhecida no meio artístico. Foi marcante para nós. Pouco tempo depois ele faleceu”, recorda Gaiola.
Atrações
Para o desfile deste sábado (7), a expectativa de público é de pelo menos 50 mil pessoas. Haverá atrações mineiras e de outros Estados, como a banda baiana Terra Samba, que estarão divididas em oito trios elétricos.
Outros blocos de BH também vão desfilar e haverá o concurso de marchinhas Mestre Jonas, competição criada pelos organizadores da Banda Mole. Entre as novidades, dois grandes bonecos vão se juntar aos 16 que desfilam todos os anos. Gaiola prefere manter o sigilo sobre os novos personagens. “Já temos bonecos de Jânio Quadros, Tiririca, entre outros. Os dois novos serão surpresa”, diz.
Recorde
Por muitos anos, a Banda Mole foi a única atração do Carnaval de Belo Horizonte. Com o crescimento da folia pela cidade, a expectativa é que em 2015 haja o maior público de todos os tempos, estimado e 1,5 milhão de pessoas.
A Banda Mole vai dividir o espaço com pelo menos 164 blocos de rua. “É muito positivo, pois acho que o Carnaval tem que ser democrático, para todos. Essa expressividade de vários blocos aumenta e incrementa ainda mais a festa em BH”, ressalta Helvécio Gaiola.