Três homens atearam fogo em um ônibus na Avenida João César de Oliveira, em Contagem, na Grande BH, na madrugada deste domingo (17). Segundo relato do motorista do coletivo à polícia, um dos bandidos teria afirmado que a ordem para a ação criminosa partiu de um presídio. O caso será investigado pela 2ª Delegacia de Polícia Civil. Não houve feridos e ninguém ainda foi preso.
O coletivo da Viação Novo Retiro, linha 6770 (Ipê Amarelo - Metrô Eldorado), seguia em sentido ao centro de Contagem quando, segundo o motorista, dois homens deram sinal num ponto na Avenida João César de Oliveira, em frente ao banco Itaú, próximo ao Big Shopping. Eles estavam armados, um com revólver e outro com uma pistola automática, e mandaram os passageiros e o motorista descerem do veículo.
Ainda segundo o relato, um terceiro homem, que fazia a cobertura da ação, entrou no ônibus e começou a despejar um líquido que parecia ser gasolina. Em seguida, ele ateou o fogo. O motorista, que se escondeu, viu dois dos homens fugirem numa moto vermelha. Ele ainda teria ouvido um deles dizerem que a ordem para o incêndio partiu de um presídio, sem identificar a unidade.
O crime aconteceu pouco antes das 2h deste domingo (17), quando uma viatura da Polícia Militar que patrulhava a avenida foi alertada por populares que havia um ônibus em chamas, em frente a Itaú. Quando os militares chegaram ao local, o coletivo já havia sido tomado pelas chamas. O local foi isolado e o Corpo de Bombeiros acionado para combater o fogo. Uma garrafa plástica, com cheiro de gasolina, foi encontrada próximo ao local do crime e encaminhada à perícia.
Histórico
Em janeiro e fevereiro deste ano, uma onda de ataques a ônibus em Belo Horizonte levou a Polícia Civil a criar uma força-tarefa específica para esse tipo de crime. Em apenas 18 dias, foram seis veículos incendiados, enquanto, em todo o ano passado, foram registradas oito ocorrências.
As investigações ficaram a cargo do Departamento de Operações Especiais (Deoesp), e uma das hipóteses levadas em conta é a de que os vandalismos seriam retaliações a operações policiais contra a criminalidade. Os incêndios a coletivos na capital mineira já deixaram um rombo milionário nas contas das empresas de ônibus que atuam na cidade, uma vez que cada veículo novo custa, em média, R$ 360 mil, e o seguro não cobre vandalismo.