Barragem que se rompeu em Brumadinho estava desativada desde 2014

Juliana Baeta
25/01/2019 às 17:38.
Atualizado em 05/09/2021 às 16:13
 (Lucas Prates )

(Lucas Prates )

A barragem da Mina Feijão, em Brumadinho, na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH), operada pela Vale, estava desativada desde 2014, segundo Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad). Os rejeitos que desabaram após o rompimento da barragem nesta sexta (25) estavam represados, em um volume de 1 milhão de metros cúbicos, há mais de quatro anos. 

Ainda de acordo com a Semad, o empreendimento e a barragem estavam devidamente licenciados e, inclusive, em dezembro do ano passado, a mineradora obteve a licença para reaproveitar os rejeitos dispostos na barragem e, enfim, encerrar as atividades. 

Conforme o laudo elaborado pelo auditor responsável em agosto do ano passado, a barragem tinha estabilidade garantida e não recebia os rejeitos desde 2014. Ainda conforme o órgão, "as causas e responsabilidades pelo ocorrido serão apuradas pelo governo de Minas. Equipes do Núcleo de Emergência Ambiental (NEA), da Semad, e técnicos da Fundação Estadual do Meio Ambiente (Feam) já se deslocaram para o local do acidente, para verificar a ocorrência e tomar as providências necessárias". 

De acordo com a Agência Nacional de Mineração (AMN), a estrutura controlada pela Vale está classificada como de "baixo risco" em relação à possibilidade de desastre e rompimentro. Por outro lado, segundo informações do Cadastro Anual de Barragens, o dano potencial que seu rompimento poderia causar é classificado como alto. 

A barragem que se rompeu está localizada em um complexo de minas e barragens de rejeitos e a Vale detém outras estruturas para armazenamento de materiais no mesmo local. 

Assista ao vídeo:

Leia nota da Vale: 

"A Vale informa que, no início desta tarde, ocorreu o rompimento da Barragem 1 da Mina Feijão, em Brumadinho (MG). A companhia lamenta profundamente o acidente e está empenhando todos os esforços no socorro e apoio aos atingidos.

Havia empregados na área administrativa, que foi atingida pelos rejeitos, indicando a possibilidade, ainda não confirmada, de vítimas. Parte da comunidade da Vila Ferteco também foi atingida.

O resgate e os atendimentos aos feridos estão sendo realizados no local pelo Corpo de Bombeiros e pela Defesa Civil. Ainda não há confirmação sobre a causa do acidente.

A prioridade máxima da empresa, neste momento, é apoiar nos resgates para ajudar a preservar e proteger a vida de empregados, próprios e terceiros, e das comunidades locais".

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