BDMG libera R$ 45 milhões em crédito para municípios afetados pela lama da Samarco

Aline Louise - Hoje em Dia
03/12/2015 às 17:54.
Atualizado em 17/11/2021 às 03:12
 (Frederico Haikal/Hoje em Dia)

(Frederico Haikal/Hoje em Dia)

Os 35 municípios mineiros afetados pela lama da barragem da Samarco terão carência de 6 meses para pagar as dívidas com o Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais (BDMG). Além disso, prefeituras e empresas de toda essa região terão acesso a duas novas linhas de crédito da instituição, no valor total de R$ 45 milhões, para ações emergências de enfrentamento aos problemas sócio econômicos gerados pelo desastre ambiental.

O anúncio foi feito ontem, pelo governador Fernando Pimentel, após reunião com a força-tarefa montada para recuperar os municípios atingidos. “Estamos tomando todas as providências adequadas neste estágio do processo para agilizar a avaliação do dano e recuperar as áreas atingidas”, destacou.

As micro e pequenas empresas terão à disposição financiamentos de R$ 2 mil a R$ 50 mil, com taxa de juros de 1% ao mês e prazo para pagamento de 24 meses, além de 3 meses de carência. Nesta linha, o valor total disponibilizado é de R$ 20 milhões.

Já as prefeituras poderão solicitar, cada uma, até R$ 2 milhões, respeitando os limites legais de endividamento, de um total de R$ 25 milhões. O prazo para pagamento será de até 36 meses, incluindo 6 de carência, a juros da taxa Selic.

“Estamos pedindo que o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento) adote o mesmo procedimento. Isso já está acertado e apalavrado para as linhas exclusivas do BNDES, outras precisam de autorização do Conselho Monetário (CMN)”, adiantou o presidente do BDMG, Marco Aurelio Crocco, que participou da reunião.

Croco também informou que o estado está solicitando ao CMN a liberação de mais R$ 200 milhões para que possam ser emprestados aos municípios sacrificados pela lama

“A carência das prestações e mais recursos neste momento é fundamental para nós”, salientou a prefeita de Governador Valadares, Eliza Costa.

Ações

O governador Fernando Pimentel reforçou que está sendo solicitado a todos os municípios que unifiquem as suas ações na justiça contra a Samarco à encabeçada pela União, que já conta com a adesão dos governos de Minas Gerais e do Espírito Santo. Nesta ação, a princípio é cobrado da mineradora R$ 20 bilhões para cobrir danos causados pelo desastre ambiental. “Esse valor pode ser maior, menor, ainda estamos levantando”, ressaltou Pimentel.

Para apurar o tamanho dos prejuízos, os 35 municípios atingidos pela lama vão responder a um formulário padrão, com a relação dos impactos socioeconômicos. O documento deve ser entregue à força-tarefa criada para gerir a questão até o dia 10 deste mês. Os valores relacionados devem ser agregados à ação judicial da União.

PIB

Caso a Samarco encerre suas atividades, em função da tragédia, o impacto econômico não se restringiria ao município de Mariana, que tem 80% da sua arrecadação vinda da atividade mineradora. Segundo Pimentel, a projeção é de queda de 1 a 2% do PIB do estado. “Esperamos que ela possa voltar a operar de novo, com melhores condições de segurança”, disse o governador.

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