Excesso de bebida alcóolica e prática sexual sem uso de preservativos, durante a folia, podem contribuir para aumento de casos de intoxicação e maior transmissão de Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs)
Seis milhões de pessoas são esperadas para curtir o Carnaval em Belo Horizonte. Em meio à maratona de blocos, os foliões devem redobrar os cuidados com a saúde.
O abuso no consumo de álcool e o sexo sem uso de preservativo estão entre as principais preocupações, aumentando os riscos de intoxicações e de transmissão de Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs).
O clínico geral Último Libânio da Costa, cooperado da Unimed-BH e vice-presidente da Sociedade Brasileira de Clínica Médica fala sobre o álcool.
“O consumo inadequado leva a uma desinibição inicial que pode resultar em comportamentos e atitudes que prejudicam o indivíduo”, afirma.
Ele explica que o álcool é absorvido rapidamente pelo intestino e, quando consumido em excesso, supera a capacidade do fígado de metabolizá-lo. “Por isso, é importante se alimentar enquanto bebe, pois isso retarda a absorção, dando mais tempo para o fígado trabalhar”, recomenda.
O consumo excessivo de bebidas alcoólicas tem impactos imediatos que incluem alteração comportamental, intoxicação e, em casos extremos, até óbito.
A longo prazo, o álcool está associado a diversos tipos de câncer, como de mama, fígado e boca, além de danos ao sistema nervoso e órgãos do trato gastrointestinal, podendo causar cirrose e pancreatite crônica.
Outro ponto crítico é o impacto do álcool na capacidade de tomar decisões. “Com o aumento dos níveis de álcool no sangue, há comprometimento do julgamento, impulsividade e até perda de memória recente. Isso pode levar a ações fora do planejamento habitual, como comportamentos sexuais de risco e ações que podem ir de danos emocionais a atos criminosos”, afirma Libânio.
O infectologista cooperado da Unimed-BH, Adelino de Melo Freire Jr., reforça que o consumo abusivo de álcool durante a folia contribui com o aumento de práticas sexuais ocasionais e desprotegidas, aumentando a exposição a ISTs.
“O álcool e outras substâncias podem levar à desinibição e à negligência no uso de preservativos, aumentando a vulnerabilidade a infecções, como sífilis, gonorreia, clamídia e HIV”, alerta.
Dentre os comportamentos de risco estão o aumento do número de parceiros sexuais, a redução da percepção de risco e a baixa adesão ao uso do preservativo.
O infectologista, que também é presidente da Sociedade Minera de Infectologia, destaca a importância de campanhas de prevenção durante o período.
“A distribuição gratuita de preservativos, a testagem rápida e a conscientização por meio de redes sociais e ações presenciais são estratégias essenciais para reduzir a transmissão dessas doenças”.
Ele ainda aponta que, embora o uso do preservativo continue sendo a principal estratégia na prevenção de IST’s, a PrEP (profilaxia pré-exposição ao HIV) e da PEP (profilaxia pós-exposição) também são medidas complementares ao uso do preservativo.
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