(Pedro Gontijo)
Menos de uma semana após a tempestade que deixou uma pessoa morta e um rastro de destruição em Belo Horizonte, moradores da cidade voltaram a sofrer com mais estragos provocados pela chuva nesta sexta-feira. Um muro desabou dentro de um prédio, árvores caíram, várias vias ficaram alagadas e até uma van escolar ficou ilhada na correnteza. Por sorte, ninguém se feriu.
Em meio aos danos que ainda estão sendo contabilizados, a capital começa o fim de semana em estado de alerta máximo devido à possibilidade de novas pancadas, segundo a Defesa Civil Municipal. O volume de precipitações esperado é de 85 milímetros (mm).
“Se a chuva cair em um dos pontos de maior vulnerabilidade, esse montante já é capaz de causar alagamentos. Estamos atentos também porque a reincidência faz com que as estruturas fiquem úmidas e, com isso, temos mais riscos de deslizamentos de encostas”, afirma o subsecretário de Proteção da Defesa Civil de BH, coronel Alexandre Lucas Alves.
Segundo ele, toda a equipe do Serviço Municipal de Proteção está preparada para possíveis ocorrências. O grupo é formado por profissionais de órgãos como as secretarias de Obras e Assistência Social, BHTrans e Companhia Urbanizadora de Belo Horizonte (Urbel). O Corpo de Bombeiros também estará a postos.
“Pedimos o apoio da população, evitando as áreas de risco em caso de chuva forte”, afirma o tenente Lucas Silva Costa, do Batalhão de Emergências Ambientais e Respostas a Desastres dos Bombeiros.
Estragos
Nada menos que 99,5 mm de chuva foram registrados nessa sexta-feira em um intervalo de apenas uma hora e meia. Índice superior a mais da metade esperada para todo mês, já que a média histórica é de 163,5mm.
Enchentes foram registradas em importantes vias da cidade como as avenidas Olegário Maciel, na região Centro-Sul, Tereza Cristina, Silva Lobo e Barão Homem de Melo, na regional Oeste de BH. A região recebeu o maior volume de precipitações na cidade.Pedro Gontijo
No bairro Gutierrez um muro de contenção desabou dentro de um prédio. A estrutura desceu até a garagem do edifício, que fica no subsolo. Não houve feridos e nenhum veículo foi atingido. “O morador que estaciona o carro na vaga onde o concreto caiu tinha saído mais cedo”, conta o designer gráfico, Flávio Campos Cristo, de 26 anos.
Quarenta ocorrências
A Defesa Civil esteve no local para interditar a parte danificada e avaliar os impactos da queda do muro. De acordo com o engenheiro e diretor-técnico do órgão, Eduardo Augusto Pedersoli Rocha, os moradores não precisarão deixar os apartamentos.
Também no Gutierrez, quedas de árvores deixaram interditadas a avenida Francisco Deslandes e a rua General Andrade Neves. Em toda cidade, a Defesa Civil atendeu 40 ocorrências, incluindo alagamentos, erosões e risco de desabamento de moradias.