(Lucas Prates)
Um curso adequado às questões do mundo contemporâneo. Essa é a proposta da graduação em psicologia que as Faculdades Promove vão oferecer em Belo Horizonte. As aulas terão início na segunda quinzena deste mês, na unidade do bairro Prado, região Oeste da capital. Além da literatura clássica, o ensino terá ênfase em aspectos sociais dos dias de hoje, como questões de gênero e sexualidade.
“O mundo mudou, e a psicologia clínica também. Não podemos virar as costas para essas demandas recentes”, afirma o coordenador do curso, Evaristo Magalhães.
O professor reforça que, atualmente, há produção expressiva de pesquisas e trabalhos acadêmicos na área para embasar cientificamente os estudos. Ele destaca que os futuros profissionais serão preparados para pensar em políticas sociais para uma sociedade plural, que respeita as diferenças.
Preparação
Na clínica-escola do curso, os alunos poderão estudar e atender gratuitamente pacientes em situação de vulnerabilidade social, com a supervisão dos professores. Os estágios começam no quinto período e serão divididos em diferentes núcleos. “Queremos trabalhar com clínicas bem específicas, voltadas para questões de gênero, LGBT, violência doméstica e infantil, adoção homoafetiva”, explica Magalhães.
As disciplinas tradicionais também fazem parte do currículo, que oferece formação completa ao aluno. Ao longo da graduação, os estudantes aprenderão as várias nuances da psicologia, como a clínica, hospitalar, empresarial e jurídica. Os estudos e as práticas vão desde a saúde pública, com atendimentos pelo Sistema Único de Saúde (SUS) ao setor de recursos humanos, recrutamento e seleção de candidatos para grandes corporações.
O enfoque do curso, porém, está na inovação. “A maior parte das graduações de psicologia ainda está voltada ao atendimento clínico, mas queremos também mostrar outros aspectos, como a psicologia jurídica e o trabalho e acompanhamento nas penitenciárias, além da formação interdisciplinar”, diz Evaristo.
Integração
O ambiente de aprendizagem será diverso. Na clínica-escola, os estudantes farão atividades em conjunto e constante diálogo com alunos de outros cursos da área da saúde, como enfermagem e nutrição. A ideia, segundo o coordenador, é prepará-los para o mercado de trabalho, em que as abordagens interdisciplinares são cada vez mais comuns em casos clínicos.
A professora Júnia Campos Lara, de psicologia clínica, ressalta que a multidisciplinaridade e o contato com estudantes de outras graduações são essenciais “Hoje, nenhuma área responde sozinha às questões do corpo e da mente. Temos sempre que analisar e trabalhar a saúde do indivíduo como um todo, porque ele sempre está inserido em um contexto muito maior”, observa.