Belo Horizonte é uma das 500 cidades do mundo que vão receber neste sábado (22) a Marcha pela Ciência, evento que pretende chamar a atenção das pessoas para a importância das pesquisas científicas desenvolvidas nas mais diferentes áreas. Por aqui, pesquisadores vão se reunir na Praça da Liberdade a partir das 10h.
A ideia teve origem em Washington, nos Estados Unidos, frente aos cortes anunciados pelo presidente Donald Trump para organizações científicas destacadas, como a Nasa. No Brasil, onde o governo anunciou recentemente um corte de 44% no orçamento do Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTIC), dez cidades devem realizar a marcha – incluindo Diamantina, na região do Jequitinhonha.
“Espero que haja uma forte mobilização da comunidade científica e da sociedade como um todo, que ajude a reverter as recentes medidas restritivas permita ao país apostar enfaticamente no papel estruturante da ciência e tecnologia no processo de desenvolvimento nacional”, afirma Luiz Davidovich, presidente da Academia Brasileira de Ciência (ABC).
Segundo a instituição, em 2013 o orçamento do MCTIC, ainda não anexado ao Ministério das Comunicações, era de cerca de R$ 10 bilhões, mas após cortes sucessivos e a redução de 44%, o valor foi reduzido para R$ 3,2 bilhões. E a crise não acontece apenas em esfera federal. Como os Estados também tiveram de reduzir custos, muitos órgãos ligados a fomento e desenvolvimento de pesquisa tiveram de lidar com cortes no orçamento.
Doutoranda em bioquímica na UFMG, Marianna Kunrath será um dos cientistas presentes na marcha belo-horizontina. Segundo ela, será uma ótima oportunidade para conscientizar as pessoas sobre a importância dos investimentos na área. “Muita gente acredita que a ciência não serve para nada. Mas se parar para pensar, será possível ver que tudo que temos de industrializado existe porque houve uma ciência para construir as tecnologias”, explica.