Levantamento analisa os hábitos dos moradores das capitais brasileiras
(Montagem sobre fotos de BS Fotografias/Divulgação - Fernando Michel - Kamran Aydinov/freepik)
Os belo-horizontinos curtem mais shows que os moradores das outras capitais do Brasil, têm o sertanejo como o estilo musical preferido, fazem da leitura de livros a atividade cultural mais praticada e consideram o Carnaval o evento cultural mais importante da metrópole. É o que aponta pesquisa divulgada nesta terça-feira (11) pela consultoria JLeiva Cultura & Esporte, com dados coletados pelo Datafolha.
Conforme o levantamento, 45% das pessoas disseram ter ido a pelo menos um show de música nos 12 meses anteriores à pesquisa - contra 41% na média das 26 capitais e o Distrito Federal. Um dos desafios para o acesso à atividade cultural é a distância. A maioria dos entrevistados disse que as atividades que frequentam ocorrem longe do bairro onde moram.
Gênero preferido dos moradores, sertanejo foi citado por 47% das pessoas, superando a média nacional de 34%. Entre os demais estilos preferidos estão o rock (27%), a MPB (26%), o pop (21%), o funk (16%) e o rap (11%). A maioria consome música por meio de celulares (84%) e utiliza aplicativos como YouTube (63%), Spotify (50%) e TikTok (30%).
Os dados do Datafolha mostram que 28% dos belo-horizontinos afirmaram ter ido a algum espetáculo de teatro nos 12 meses anteriores à pesquisa. Desses, 68% assistiram a peças para adultos, 51% a espetáculos infantis, 51% a comédias stand-up e 49% a musicais.
A maioria não vai sozinha: 52% costumam ir em família com crianças, 22% em casal e 14% com amigos. Entre os que não foram ao teatro, as principais razões citadas foram falta de interesse (35%), falta de tempo (31%) e questões econômicas (18%).
Já os museus foram visitados por 30% dos entrevistados. O CCBB foi o mais citado como visita recente, com 23% das respostas, seguido pelo Circuito Cultural Praça da Liberdade (13%). A maioria das visitas (76%) foi gratuita, e 13% dos entrevistados disseram ter acessado sites de museus para conhecer as coleções.
A pesquisa também aponta que a leitura de livros é a atividade cultural mais acessada pelos moradores de BH, com 61% dos entrevistados afirmando ter lido pelo menos uma obra nos últimos 12 meses. Jogos eletrônicos, que como no caso da leitura podem ser acessados dentro de casa, vêm a seguir, com 56%.
Entre as atividades culturais que exigem deslocamento, pois são feitas fora de casa, a que registrou o maior percentual foram as visitas a locais históricos (48%).
A pesquisa também avaliou o interesse dos moradores por cinco atividades culturais: shows, festas populares, museus, teatro e dança. Os resultados mostram que, se o público potencial (pessoas que não frequentaram, mas têm alto interesse) fosse convertido em público real, o acesso a algumas atividades poderia dobrar. Por exemplo, enquanto 24% dos entrevistados foram a alguma atividade de dança, outros 25% não foram, mas manifestaram interesse em participar. No caso do teatro, 28% foram a alguma apresentação, mas 31% disseram que não foram, mas gostariam de ir.
A pesquisa também dá destaque à culinária local. Pratos que têm o feijão como protagonista foram os mais citados: feijoada, feijão tropeiro e tutu de feijão. A soma dessas respostas chegou a 56%. A dupla arroz e feijão foi lembrada por 19%, com variados complementos como bife, frango, batata, farofa e salada.
A mais recente edição da pesquisa Cultura nas Capitais, desenvolvida pela JLeiva Cultura & Esporte, ouviu 19,5 mil pessoas. Em BH, 600 moradores foram abordados, entre fevereiro e março de 2024. Os participantes têm 16 anos ou mais e foram questionados sobre os hábitos culturais ao longo dos 12 meses anteriores.
Cultura nas Capitais tem patrocínio do Itaú e do Instituto Cultural Vale por meio da Lei Rouanet, Lei Federal de Incentivo à Cultura do Ministério da Cultura. O projeto também conta com a parceria da Fundação Itaú. O levantamento de campo esteve a cargo do Datafolha.
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