Bengala inteligente avisa quando percebe obstáculo

Patrícia Santos Dumont - Hoje em Dia
25/11/2015 às 07:04.
Atualizado em 17/11/2021 às 03:04
 (Ricardo Bastos)

(Ricardo Bastos)

A 70 centímetros de distância, ela avisa que há um obstáculo, reconhece impedimentos a até 2 metros de altura e aprende, em 20 minutos a, literalmente, acompanhar os passos do dono. Uma bengala eletrônica, recarregável e barata, foi uma das sensações da Inova Minas, mostra realizada pela Fundação de Amparo à Pesquisa do estado de Minas Gerais (Fapemig), em Belo Horizonte. O invento foi desenvolvido na PUC Minas, em Contagem, na Região Metropolitana de Belo Horizonte.

O protótipo levou um ano para ser concluído. Agora falta apenas aperfeiçoar o modelo para deixá-lo mais leve e anatomicamente viável para o deficiente visual. O grande diferencial da Bengala Inteligente Neural (BIN) é o modo de aprendizagem do produto, segundo Franciele Alves, mestranda em engenharia elétrica na universidade e bolsista da pesquisa.

“É a única bengala do mercado que consegue se adaptar à marcha do usuário, daí o nome ‘inteligente’. Se a pessoa anda mais rápido, por exemplo, ela consegue detectar o obstáculo com maior antecedência e vice-versa. E isso tudo ela aprende em 20 minutos”, detalha a pesquisadora. A identificação de empecilhos no meio do caminho pode variar de 40 centímetros a 90 centímetros de distância do objeto.

Alerta vibratório

O aviso de que há algo atrapalhando o caminho é feito por vibração, interrompida apenas quando o usuário se afasta do obstáculo. À noite, a bengala também emite luz para evitar acidentes com desavisados.

A tecnologia foi desenvolvida no laboratório de robótica e testada com alunos do Instituto São Rafael, em Belo Horizonte, escola especializada na educação e reabilitação de deficientes visuais. De acordo com o orientador da pesquisa, Maury Gouvêa, a bengala inteligente está prestes a ser comercializada.

“O protótipo está pronto, só precisamos dar um acabamento mais acessível, utilizável do ponto de vista anatômico, e aí sim partir para a produção em escala industrial. Queremos deixá-la mais leve e dobrável”, detalha o professor do Programa de Pós-Graduação em Engenharia Elétrica da PUC Minas em Contagem.

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