BH amanhece com novo ataque a ônibus; em 48h, sete coletivos foram incendiados

Da Redação
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29/12/2017 às 09:19.
Atualizado em 03/11/2021 às 00:30
 (Flávio Tavares/Hoje em Dia)

(Flávio Tavares/Hoje em Dia)

Belo Horizonte tem o terceiro dia consecutivo de ataques a ônibus. Desta vez, o alvo dos criminosos foi o bairro Copacabana, na região da Pampulha. Segundo testemunhas, três homens invadiram um coletivo da linha 643 (Estação/Copacabana via Monte Carmelo), ordenaram que o motorista e o cobrador descessem do veículo e atearam gasolina e fogo no coletivo.

O caso aconteceu por volta das 5h10, no ponto final do ônibus, localizado na rua Universo. Além do coletivo, que ficou destruído, toldos de duas lojas, um salão e a rede elétrica também foram atingidos pelas chamas.

A Cemig foi acionada para isolar o risco de eletrocussão na área. Este último ataque se soma a outros seis incêndios contra veículos do transporte público em um intervalo de 48 horas.

A onda de violência colocou a Polícia Militar em alerta. A corporação garantiu que está empenhada na busca dos criminosos.  “Estamos empenhados nisso. Nosso serviço de inteligência já nos passou a informação que os envolvidos nos incêndios do início do ano já estão todos nas ruas. Não podemos afirmar que eles estão envolvidos, mas nada é descartado”, declarou o major Flávio Santiago, porta-voz da PM.

Hipótese

A motivação do ataque ainda está sendo investigada pelas forças de segurança e inteligência, porém, em um dos ataques, os bandidos deixaram um bilhete atribuindo o crime a possíveis retaliações à conduta de agentes penitenciários no Complexo Prisional Antônio Dutra Ladeira, em Ribeirão das Neves, na região metropolitana. 

Em nota, a Secretaria de Estado de Administração Prisional (Seap) disse não ser possível estabelecer relação entre o fato ocorrido e o sistema prisional até que a Polícia Civil (PC) conclua as investigações. A PC informou que os inquéritos foram instaurados e as investigações iniciadas, mas não deu detalhes devido ao sigilo das informações. 

Cronologia dos atentados27/12 (00h55): ônibus parcialmente incendiado no bairro Santa Cruz, região Nordeste da capital27/12 (16h30): ônibus é queimado no bairro Milionários, na região do Barreiro27/12 (22h44): ônibus consumido por chamas no bairro Goiânia, região Nordeste de BH27/12 (22h55): ônibus incendiado no Jardim Riacho das Pedras, em Contagem28/12 (00h12): ônibus queimado no Anel Rodoviário, altura do bairro Betânia, região Oeste28/12 (14h): ônibus incendiado no bairro Monte Verde, em Contagem, próximo a Ceasa29/12 (5h10): ônibus incendiado no bairro Copacabana, na região da Pampulha

 Prejuízo

Somente neste ano, conforme levantamento divulgado pelo Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros  (Setra-BH), 22 ônibus foram queimados na capital mineira. O número é quase o triplo do registrado em 2016, quando oito ocorrências do tipo foram registradas pela PM.

Na Região Metropolitana, os casos de ataques a ônibus saltam para 38 em 2017. O Setra e o Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros Metropolitano (Sintram) estimam prejuízo superior a R$ 14,8 milhões com o vandalismo. 

Segundo o Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros de Belo Horizonte (Setra-BH), cada ônibus incendiado deixa de atender, em média, 500 passageiros por dia. Logo, com 22 vandalizados neste ano, 11 mil pessoas deixaram de ser transportadas na capital.

Já na Região Metropolitana de Belo Horizonte, conforme o Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros Metropolitano (Sintram), um veículo incendiado afeta uma média de 300 passageiros. Com 16 destruídos no ano, foram 4.800 usuários afetados. 

*Com informações de Tatiana Lagôa

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