BH comemora semana da arte moderna com exposição de artistas consagrados
Obra de Tarsila do Amaral, que faz parte da mostra em cartaz no Museu Mineiro (Divulgação / Museu Mineiro)
Uma viagem pela arte moderna. Uma coletânea de obras de artistas modernistas vai ser exibida a partir desta terça-feira (22) no Museu Mineiro, na região Centro-sul de Belo Horizonte. A mostra “22 em 22 – O modernismo e suas influências no acervo do Museu Mineiro” é parte das comemorações dos 100 anos da Semana de Arte Moderna que aconteceu em São Paulo em 1922.
De terça a sexta-feira, das 12h às 19h, e aos sábados e domingos, das 11h às 17h, os belo-horizontinos, terão a oportunidade de conhecer obras de alguns dos mais importantes artistas do movimento sem precisar se deslocar até museus paulistas.
Serão exibidas 22 obras e entre elas um conjunto de gravuras de Tarsila do Amaral, que visitou Minas junto com outros modernistas em 1924 e se tornou uma pintora consagrada em todo o mundo no século XX. Quem visitar a exposição também vai poder apreciar obras do pintor Alberto da Veiga Guignard, que escolheu Ouro Preto para morar e trabalhar. E dos mineiros Inimá de Paula e Yara Tupinambá, entre outros.
(Divulgação / Museu Mineiro)
O secretário de Cultura e Turismo, Leônidas Oliveira, ressalta a importância de se celebrar a Semana de Arte Moderna na atualidade. “Minas Gerais foi também inspiração para o movimento modernista no país, que, nos anos 1920, viajou pelo estado para uma “redescoberta” do Brasil. Propondo um novo pensamento estético, cultural, artístico e de vanguarda, de forma paradoxal em relação ao movimento europeu, no Brasil ele estava voltado para si mesmo, na busca de sua essência cultural, histórica e social, tão múltipla, mas única em seus vários sotaques e diferentes formas de ser só um: Brasileiro. A euforia nacionalista vai, então, marcar a arte e a arquitetura moderna no Brasil e influenciar todo o século XX, até os dias atuais”, afirma.
Polêmica centenária
A Semana de Arte Moderna, realizada entre os dias 13 e 17 de fevereiro de 1922, foi um evento marcante para a cultura brasileira. Idealizada por um grupo de intelectuais e artistas influenciados pelas vanguardas europeias, a “Semana de 22” rompeu com o tradicionalismo cultural até então vigente e escandalizou boa parte da elite intelectual e artística da época. Foram diversas apresentações de dança, música, recital de poesias, exposição de obras – pintura e escultura no Teatro Municipal de São Paulo.
Após 100 anos, o evento ainda provoca discussões e polêmicas. Há quem questione, como o escritor Ruy Castro, a verdadeira importância do movimento, acreditando que a o modernismo já era, na década de 1920, fato comum no Rio de Janeiro. Longe da polêmica, O diretor de Museus da Secretaria Estadual de Cultura e Turismo, Alexandre Milagres, destaca a importância de comemorar esse centenário com o acervo próprio e a riqueza das obras do Museu Mineiro. É bom lembrar também que o público mineiro vai ter acesso a um acervo importantíssimo e que na maior parte do tempo fica guardado na reserva técnica do museu.
Acessibilidade
A exposição também tem um ar de modernidade com a proposta de acessibilidade para pessoas portadoras de deficiência auditiva: todo o conteúdo da exposição terá vídeos explicativos em Libras, a Linguagem Brasileira de Sinais. Os vídeos poderão ser acessados via celular por meio de QR Codes que estarão espalhados pelo ambiente da exposição.
Desde novembro de 2021 o público visitante da exposição de longa duração do Museu Mineiro “Minas das Artes, Histórias Gerais” já pode acessar os conteúdos da mostra em Libras. Basta escanear os QR Codes das salas expositivas para ter acesso a todos os vídeos.
(*) Com Diretoria de Museus - Secult-MG