BH é alvo da PF e MPF em operação contra fraudes em confederações de tiro e taekwondo

Folhapress
24/08/2016 às 11:37.
Atualizado em 15/11/2021 às 20:31
 (Rio-2016/Divulgação)

(Rio-2016/Divulgação)

Policiais federais cumprem desde o início da manhã 16 mandados em Belo Horizonte, Rio de Janeiro, Manaus e Caxias do Sul (RS) em escritórios e residências de pessoas suspeitas de atuarem para a quadrilha.

A ação acontece em conjunto com o Ministério Público Federal e a CGU (Controladoria Geral da União). 

As investigações indicam que a quadrilha vem fraudando licitações com o uso de documentos falsos. Assim realizam contratações de pessoas e compras por preços acima  daqueles praticados no mercado.  

INVESTIGAÇÃO 

Em julho, o "Fantástico", da Rede Globo, mostrou que as fraudes envolviam a SB Marketing e Promoções, que tem o ex-gerente de relações institucionais da CBV Sérgio Borges como sócio-diretor. A empresa forjaria licitações para gerir verbas destinadas pelo Ministério do Esporte a confederações e clubes. 

Segundo a reportagem, isso aconteceu nas confederações de taekwondo, tiro com arco, tiro esportivo e até na de vôlei sentado, modalidade paraolímpica, além de clubes. 

Na oportunidade, o Ministério do Esporte disse em nota enviada para a Folha de S.Paulo que identificou "irregularidades no convênio 761.166/2011, celebrado com a Confederação Brasileira de Taekwondo, e colabora com as investigações da Polícia Federal". 

A reportagem do "Fantástico" afirmou que a SB está envolvida em cerca de 20 convênios suspeitos, que somam mais de R$ 30 milhões, e que a empresa está sendo investigada há quase três anos por irregularidades no taekwondo, mas que também ganhou
 concorrências com outros clubes e federações. 

A reportagem revelou que, em novembro de 2011, um convênio com o Ministério do Espote garantiu R$ 3 milhões para a CBTKD (Confederação Brasileira de Taekwondo). Três empresas apresentaram propostas para fazer a gestão desse dinheiro, entre elas a SB, que
 pediu menor preço e foi a vencedora. 

No entanto, as concorrentes sequer sabiam da disputa. Os responsáveis pelas outras duas empresas, Carioca Promo e Instituto Virtudes, tiveram os documentos falsificados. Os responsáveis pelas empresas afirmaram não ter apresentado qualquer proposta. 

O convênio previa compra de kits de treinamento para 15 federações estaduais, mas apenas nove Estados receberam material, segundo prestação de contas. 

A CBTKD afirmou que as acusações são infundadas e que está colaborando com as investigações. 

O Ministério do Esporte, por sua vez, disse que "não tem qualquer relação com a empresa SB Marketing nem com os processos licitatórios conduzidos sob responsabilidade das entidades esportivas conveniadas". 

Em nota, Sérgio Borges, sócio-diretor da SB, afirmou ao "Fantástico" que "já participou de diversas licitações públicas e privadas e desconhece o assunto da reportagem".

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