Especialista afirma que a condição deve permanecer até que volte a chover na capital
(Valéria Marques/ Hoje em Dia)
Belo Horizonte está encoberta por fumaça nesta segunda-feira (2). A situação é provocada principalmente por queimadas em vegetações de diferentes pontos da capital e região metropolitana. O fenômeno, chamado de névoa seca, também tem relação com a baixa umidade relativa do ar.
A "nuvem", densa e cinza, tem sido notada pela população desde a segunda semana de agosto, mas ficou ainda mais intensa hoje, principalmente no alto da Serra do Curral, com vista para a região Centro-Sul. O cheiro de fumaça também é forte em alguns pontos, oferecendo risco de doenças respiratórias à população.
A meteorologista Anete Fernandes, do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), detalhou que o evento ocorre quando há “suspensão de partículas de poeira e/ou fumaça no ar”. Segundo a especialista, o fenômeno é consequência do tempo seco e característica dos meses de inverno. No entanto, a situação está pior devido à ausência de chuva na metrópole.
Ainda conforme a Anete Fernandes, a condição deve permanecer até que volte a chover em BH. “Se cessarem as queimadas, a situação se ameniza. Mas a única coisa que limpa a atmosfera é a chuva. Mesmo que não tenha fumaça, a névoa seca persiste enquanto não chover”.
Belo Horizonte está sem chuva há cerca de 140 dias. A umidade relativa do ar tem ficado abaixo de 20% nas últimas semanas. Nesta segunda (2), pode chegar a 10% à tarde, devido à onda de calor que atinge a cidade.
O Hoje em Dia entrou em contato com a Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad) para obter informações sobre a qualidade do ar da capital. O órgão é responsável por fazer o monitoramento. No entanto, não houve resposta até a publicação desta reportagem.
Também procurada, a Prefeitura de Belo Horizonte (PBH), informou que "já sensibilizou" equipes da área da saúde quanto à baixa umidade do ar e monitora os atendimentos em todas as unidades da rede SUS-BH.
"As unidades estão preparadas para atender as pessoas e com os estoques de medicamentos e insumos abastecidos. A prefeitura destaca, ainda, que está acompanhando as condições climáticas da capital e monitora o cenário para avaliar a necessidade de ampliar as ações assistenciais", diz nota enviada.
De acordo com o Inmet, até o fim da primeira quinzena de setembro não há previsão de chuva em Belo Horizonte. Especialistas do Inmet acreditam que as precipitações devem ocorrer nas últimas duas semanas do mês, o que foi comum em anos interiores.
*Estagiário, sob supervisão de Renato Fonseca
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