(Lucas Prates/Hoje em Dia)
Postura condenável que escancara egoísmo e falta de cidadania, esconder a própria imunização para burlar o sistema de controle e receber uma terceira dose da vacina contra a Covid é fraude que impõe às autoridades um novo desafio: o de buscar mecanismos para evitar que as trapaças se alastrem. Belo Horizonte apura casos suspeitos de vacinação repetida intencionalmente, conduta que, em meio a um cenário de escassez de imunizantes, é passível de condenação na Justiça.
A irresponsabilidade também atrapalha o andamento da campanha, justamente por tirar a vez de quem realmente tem direito. “É um fura-fila ao extremo, deveria ser processado por crime ético e moral”, avaliou o infectologista Carlos Starling, membro do Comitê de Enfrentamento à Pandemia de BH. Além disso, o especialista afirma que não existem estudos que demonstram segurança e eficácia de proteção após dois imunizantes distintos.
Mesmo assim, a falta de comprovação científica parece não importar. Segundo o diretor de Promoção à Saúde e Vigilância Epidemiológica da PBH, Paulo Corrêa, algumas pessoas têm buscado os drive-thru, já que, nesses locais, não é possível acessar o banco de dados. "Quando essa terceira dose é lançada, vai acusar que ela já tomou duas. Nesse caso, fazemos um registro e notificamos o ministério”, explicou.
Por nota, a PBH informou que “caso sejam constatadas irregularidades, as medidas cabíveis serão tomadas”. Porém, não detalhou quais.
Minas
Em Minas, houve relatos em outras três cidades, conforme a Secretaria de Estado de Saúde. Moradores de Rio Novo e Chácara, Zona da Mata, teriam recebido a terceira dose. Há também uma ocorrência em um município – não divulgado – na regional de Barbacena.
Conforme o órgão, os casos foram encaminhados ao Ministério Público. Aqueles que foram previamente vacinados, e omitem a informação para receber doses adicionais, estão sujeitos a sanções legais e éticas. O detalhamento das punições, no entanto, também não foi informado pela SES nem MP.
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