Belo Horizonte tem três pacientes internados com suspeita de febre maculosa. Os doentes estão hospitalizados no Eduardo de Menezes, unidade de saúde localizada no bairro Bonsucesso, na região do Barreiro. A informação é da Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais (Fhemig).
Questionada pela reportagem do Hoje em Dia, a Fhemig não detalhou se os três pacientes são moradores da capital ou de outras cidades da região metropolitana. "Confirmamos que estão internados três pacientes com suspeita de febre maculosa no Hospital Eduardo de Menezes, mas não passamos informações sobre o estado de saúde deles nem qualquer outra informação pessoal", explicou a fundação por meio de nota.
A Secretaria Municipal de Saúde (SMSA) disse que não há casos de febre maculosa em moradores de BH até está terça-feira (4),. Conforme o órgão, desde 2017 a cidade não tem transmissão da doença, mas naquele ano houve quatro confirmações e quatro mortes em BH, e, em 2018, 11 casos confirmados da doença e quatro óbitos. "Em todos os casos a transmissão ocorreu fora da capital", garantiu a pasta.
Surto em Contagem
A cidade de Contagem, que é vizinha de BH, enfrenta um surto da doença. Nesta manhã, o município comunicou que investiga 13 casos com sintomas da enfermidade. Duas mortes já foram confirmadas e outras duas estão sendo investigadas.
A prefeitura local estuda a possibilidade de a transmissão da doença estar ligada às capivaras, hospedeiras do carrapato-estrela, que vivem próximas à Lagoa da Pampulha, na capital mineira. Os homens que morreram, de 19, 41, 69 e 81 anos, habitavam o bairro Vila Boa Vista, divisa da cidade com a Pampulha. Pelo menos dois deles são parte da mesma família.
Situação das capivaras
Em nota, a Secretaria de Meio Ambiente de BH afirmou que todos os roedores que vivem na orla da lagoa foram esterilizados e receberam aplicação de carrapaticida, sendo que nenhum novo indivíduo teria chegado ao local. A pasta ressalta, ainda, que as capivaras são “exaustivamente monitoradas, a pé, por barco e inclusive por drones”.
“A Secretaria tem dedicado atenção especial ao local onde ocorre o desassoreamento da lagoa da Pampulha, por ser de difícil acesso, seja por barco ou a pé. Estamos contando com a empresa contratada até o final de 2019 e qualquer nova capivara identificada sem manejo será tratada (captura, cirurgia de esterilização e aplicação de carrapaticida)", informou.
Além disso, a secretaria ressaltou que os roedores adultos não transmitem o vírus para o carrapato-estrela. Essa contaminação só ocorre em capivaras com idades entre três e quatro meses. Por isso, ressalta o órgão, não é necessário retirar os animais da orla da Pampulha. "Como a prefeitura capturou todas as capivaras da Pampulha e esterilizou elas, não há novos animais por lá", explicou.
A secretaria ainda declarou que, sem as capivaras no local, o carrapato iria procurar outro hospedeiro.
Preocupação
O cuidado com a proliferação do carrapato-estrela é maior no inverno, período em que a vegetação favorece a reprodução do artrópode. Ao mesmo tempo, o capim seco a diminui a disponibilidade dos animais hospedeiros e o carrapato passa a procurar outros animais para picar.
Diante de contato com áreas favoráveis à presença dos artrópodes, a recomendação é que inspeções no corpo sejam realizadas em intervalos curtos de tempo, pois quanto antes os carrapatos forem identificados e retirados do corpo, menor a chance de transmissão da doença.
Caso a identificação e retirada do carrapato não seja possível, é preciso estar atento aos primeiros sintomas da febre maculosa, pelo fato de a doença ter uma alta letalidade. Ela se manifesta de forma aguda por meio de sintomas como febre, dor de cabeça, dores musculares, mal-estar, náuseas e vômitos. Pode ocorrer uma erupção cutânea, frequentemente com pele escurecida ou incrustada no local da picada do carrapato.
Veja na arte abaixo informações sobre a doença.
*Com Malú Dámazio